Professores denunciam abandono, perdas salariais e precarização sob governo Ratinho Junior (PSD)
Enquanto o Brasil enfrenta uma crise crônica na educação, os professores do Paraná emergem como símbolo de resistência — e de luta contra o apagão de direitos. Há oito anos sem reajuste salarial, a categoria acumula uma defasagem de 54,7% nos vencimentos, segundo cálculos do Sindicato dos Professores do Estado do Paraná (APP-Sindicato). O cenário se agrava com a falta de reposição de profissionais (congelada desde 2015), sobrecarga de trabalho e assédio moral, fatores que já levaram a um aumento de 32% em licenças médicas por adoecimento mental entre docentes, conforme dados de 2023 da Secretaria de Estado da Saúde.
Salários corroídos, políticos blindados
Enquanto os vencimentos dos professores paranaenses estão congelados, os salários de deputados estaduais e do governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) são corrigidos anualmente pela inflação. Em 2023, o reajuste para o governador foi de 12,5%, elevando seu salário para R$ 33,3 mil, segundo o Diário Oficial do Estado. Já o piso estadual de professores permanece em R$ 3.975, valor inferior ao nacional (R$ 4.580), configurando ilegalidade.
STJ dá vitória, mas governo ignora
Após oito anos de batalha judicial, os professores conquistaram no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em dezembro de 2023, o direito à hora-atividade — período remunerado para planejamento fora da sala de aula. A decisão, porém, não saiu do papel. “O governo age com má-fé. Enquanto isso, continuamos trabalhando 60 horas semanais”, denuncia Maria de Fátima dos Santos, professora da rede estadual, em entrevista ao ExpreSso BR.
EJA sob suspeita: diplomação via “provas relâmpago”
Outro ponto crítico é a precarização do Educação de Jovens e Adultos (EJA). Professores relatam que o governo estadual, por meio da Secretaria de Educação (SEED), promove “diplomações em massa” via provas online sem acompanhamento pedagógico. “Alunos recebem o certificado em semanas, mesmo sem frequência. É um estelionato educacional”, acusa uma fonte que pediu o anonimato.
Esquerda minoritária, extrema direita no comando
Com uma Assembleia Legislativa dominada por bancadas conservadoras (40 dos 54 deputados são de partidos de direita ou centrão), as pautas docentes são sistematicamente ignoradas. E preciso acompanhar as sessões da Assembleia Legislativa do Paraná e saber o que realmente acontece por lá e saber quem realmente está do lado da classe trabalhadora. “Precisamos pressionar o MPF e escolher melhor nossos representantes em 2026”, afirma Carla Zanatto, professora e ativista.
Chamado à ação: sociedade precisa se engajar
Além de mobilizações sindicais, entidades defendem denúncias ao Ministério Público Federal (MPF) contra o governo por descumprimento de decisões judiciais e violação da Lei do Piso Nacional. “A educação não é gasto, é investimento. Quem cala, compactua”, conclui Zanatto.