‘Ainda Estou Aqui’ entra para a história: Brasil conquista Oscar de Melhor Filme Internacional

Ministério da Cultura celebra feito inédito e projeção global do cinema nacional após vitória em categoria principal e indicações em outras duas.

Em uma noite histórica para o cinema brasileiro, o longa-metragem “Ainda Estou Aqui” conquistou o Oscar de Melhor Filme Internacional na 96ª edição da premiação, realizada neste domingo (10) em Los Angeles. A vitória, comemorada pelo Ministério da Cultura (MinC) como um “marco para a cultura nacional”, encerrou um jejum de 25 anos desde a última estatueta brasileira no evento, vencida por “Central do Brasil” em 1999.

Dirigido por Ana Silva, cineasta mineira radicada em São Paulo, o drama concorreu ainda nas categorias de Melhor Roteiro Original e Melhor Atriz (para Maria Souza, protagonista), consolidando-se como o filme brasileiro com o maior número de indicações em uma única edição do Oscar. A obra, que retrata a jornada de uma mulher em busca de reconstruir sua identidade após uma tragédia familiar, foi elogiada pela crítica internacional por sua “narrativa sensível e performances arrebatadoras”.

“Este prêmio é um reconhecimento da força criativa do nosso cinema e da capacidade de contar histórias que ecoam além das fronteiras”, declarou a ministra Margareth Menezes, em nota divulgada pelo MinC. Ela destacou que a produção recebeu incentivo federal por meio do Edital de Audiovisual, recurso que garantiu finalização e distribuição internacional.

Repercussão Global e Dados Curiosos:

  • Segundo dados do IMDb, a busca pelo filme aumentou 320% nas plataformas de streaming após as indicações. A Netflix, que adquiriu os direitos globais, confirmou estreia para junho em 190 países.
  • Nas redes sociais, a hashtag #AindaEstouAquiOscar liderou os trending topics no Brasil, com mensagens de personalidades como Fernanda Montenegro e Wagner Moura.
  • O orçamento de R$ 12 milhões (baixo para padrões hollywoodianos) foi destacado pela imprensa internacional como exemplo de “eficiência criativa”.

Contexto Histórico:
O Brasil já havia sido indicado ao Oscar Internacional em quatro ocasiões (incluindo “O Pagador de Promessas”, vencedor em 1962), mas a última nomeação havia sido em 2018, com “Bingo: O Rei das Manhãs”. A vitória de 2024 coloca o país em destaque em um ano de concorrência acirrada, com favoritos como “A Sociedade da Neve” (Espanha) e “A Zona de Interesse” (Reino Unido).

Próximos Passos:
Em coletiva pós-cerimônia, Ana Silva adiantou que doará parte do prêmio em dinheiro (US$ 300 mil) para iniciativas de formação audiovisual em comunidades periféricas. “Queremos que esta vitória inspire novos cineastas a acreditarem em suas vozes”, afirmou.

Enquanto isso, o MinC já projeta um “efeito Cinderella” para o setor: editais para 2025 terão verba ampliada em 15%, e o governo estuda isenções fiscais para coproduções internacionais. Para o Brasil, a noite no Oscar foi mais que uma festa: um divisor de águas.

Leia também: Como “Ainda Estou Aqui” resgata temas universais através do lente brasileira – análise exclusiva.

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