A possibilidade do retorno do horário de verão no Brasil em 2025 ganhou força após o cancelamento do leilão de reserva de capacidade previsto para junho. A medida, que visa garantir o suprimento de energia elétrica durante os picos de demanda no segundo semestre, esbarra em uma decisão política que ainda avalia os impactos em diversos setores da economia.
Conforme noticiado pela UOL, a discussão reacende um debate que movimentou o setor energético no ano anterior. Na ocasião, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) sinalizou a importância da adoção do horário de verão, estimando uma redução de até 2,9% na demanda máxima por energia em todo o país. A medida seria crucial para mitigar o risco de um déficit de potência estimado em 4 GW pelo ONS para o segundo semestre de 2025, conforme reportado pela MegaWhat.
O cancelamento do leilão de reserva de capacidade, oficializado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) em abril, elevou a preocupação com a capacidade de atendimento da demanda energética nos horários de maior consumo. Este leilão visava contratar usinas para operar entre 2025 e 2030, com contratos de 10 a 15 anos, mas enfrentou disputas judiciais que culminaram em seu cancelamento.
Apesar da potencial economia de energia e da possibilidade de reduzir a pressão sobre o sistema elétrico, a volta do horário de verão é uma decisão complexa. É necessário considerar os impactos em outros setores, como o comércio, a agricultura e os serviços, que historicamente apresentam opiniões divergentes sobre a eficácia da medida.
Estudos anteriores já apontaram para uma economia potencial de cerca de R$ 400 milhões em cinco meses com a adoção do horário de verão, principalmente devido à redução do uso de termelétricas, que são mais caras e poluentes. Contudo, há também quem argumente que os hábitos de consumo mudaram e que a economia de energia já não seria tão significativa como em anos anteriores.
A decisão final sobre o retorno do horário de verão em 2025 dependerá de uma análise minuciosa do governo federal, que deverá ponderar os benefícios para o setor elétrico diante dos possíveis impactos em outras áreas da economia e na rotina da população. Enquanto isso, o debate sobre a necessidade e a conveniência da medida segue aceso, com o fantasma do déficit energético no horizonte.
Alerta de déficit acende debate: horário de verão pode voltar a Iiuminar 2025 no Brasil?
