O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024 registrou apenas 12 redações com nota máxima, a menor quantidade já observada desde a criação do exame. Desses, somente um estudante é oriundo da rede pública de ensino, localizado em Minas Gerais; os demais são de instituições privadas distribuídas por Alagoas, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e São Paulo.
O tema proposto para a redação foi “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”, exigindo dos candidatos uma reflexão aprofundada sobre a importância do legado africano na formação da sociedade brasileira. Apesar da complexidade do tema, a média nacional da redação subiu para 660 pontos, um incremento de 15 pontos em relação ao ano anterior.
Em contrapartida, as médias das provas objetivas apresentaram variações. Linguagens e Códigos registrou aumento de 516 para 528 pontos, enquanto Matemática caiu de 535 para 529 pontos. Ciências Humanas e Ciências da Natureza também apresentaram quedas, passando de 522 para 517 e de 497 para 495 pontos, respectivamente.
O ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou a criação de um prêmio para reconhecer os esforços na melhoria da educação básica no país, incluindo os resultados do Enem. “Em breve, vamos apresentar as categorias que reconhecerão os esforços em melhorar a qualidade da educação básica em nosso país, por município, estado, rede e escola”, afirmou.
A queda significativa no número de redações com nota máxima levanta questionamentos sobre a preparação dos estudantes e a eficácia das políticas educacionais vigentes. Especialistas sugerem que a complexidade do tema e critérios de correção mais rigorosos podem ter influenciado esse resultado, mas também apontam para a necessidade de uma análise mais profunda sobre as desigualdades no acesso a uma educação de qualidade.
O Enem continua sendo a principal porta de entrada para o ensino superior no Brasil, e esses resultados reforçam a urgência de investimentos e reformas que garantam equidade e excelência na educação para todos os estudantes, independentemente de sua origem socioeconômica.
