Estudantes brasileiros de medicina na Argentina têm enfrentado um aumento exorbitante nas mensalidades, o que tem forçado muitos a abandonar seus estudos no país. Esse fenômeno ocorre após uma série de reajustes nas taxas de matrícula e mensalidades em instituições privadas, como a Fundación Barceló, uma das mais procuradas pelos brasileiros. Em 2022, o custo mensal era de cerca de 14 mil pesos (aproximadamente R$ 450), mas, para 2025, esse valor saltou para até 392 mil pesos (cerca de R$ 2,2 mil).
Essa situação tem sido exacerbada pela revogação de uma lei que limitava os aumentos de preços no ensino privado, uma decisão tomada pelo presidente Javier Milei, que, por meio de um decreto em 2023, permitiu que as instituições privadas aumentassem as mensalidades de acordo com sua conveniência【7†source】. O impacto tem sido severo, já que os reajustes têm ocorrido de forma mensal, tornando difícil para os estudantes planejarem suas finanças.
Com o aumento constante, muitos estudantes têm optado por desistir do curso ou buscar alternativas em outros países da América Latina, como o Paraguai, onde as mensalidades continuam mais acessíveis【8†source】. Além disso, a qualidade do ensino também tem sido um ponto de reclamação, com muitos alunos se queixando das aulas oferecidas majoritariamente de forma remota, em plataformas como o Zoom.
A crise no setor de ensino superior também reflete uma situação econômica mais ampla da Argentina, que enfrenta uma inflação alta e um déficit fiscal, o que levou o governo a cortar os investimentos em educação pública e a permitir cobranças de taxas nas universidades públicas para estrangeiros【8†source】. Esse cenário tem causado uma migração de estudantes e um crescente descontentamento com o sistema educacional argentino.
Com esses desafios financeiros, muitos brasileiros que sonhavam com a formação em medicina na Argentina agora se veem forçados a reconsiderar suas opções ou retornar ao Brasil, onde, mesmo com mensalidades altas, ainda se apresentam alternativas de cursos menos onerosos.