Bomba no Futebol: patrocínio milionário do Corinthians caiu em conta ligada ao PCC, aponta investigação


São Paulo – Uma investigação da Polícia Civil de São Paulo revela um escândalo que abala o mundo do futebol: parte do dinheiro pago pela casa de apostas “Vai de Bet” ao Sport Club Corinthians Paulista teria sido desviada para uma empresa supostamente ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC). O relatório policial indica que a UJ Football Talent Intermediação Ltda., apontada como um dos braços da facção criminosa no mercado futebolístico, recebeu uma parcela significativa dos valores.
A ligação da UJ Football Talent com o PCC surge através da figura de Danilo Lima de Oliveira, conhecido como “Tripa”, apontado como integrante da organização criminosa em uma delação premiada do empresário Vinicius Gritzbach ao Ministério Público. Segundo informações apuradas, Gritzbach, que faleceu em novembro de 2024, detalhou em sua delação que a UJ seria controlada informalmente por “Tripa”. A defesa de Danilo Lima de Oliveira não foi localizada para comentar as alegações.
A Polícia Civil, através da Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro, rastreou cerca de R$ 1,4 milhão que teriam circulado por contas ligadas aos investigados. A investigação também aponta que parte desse montante teria sido transferida para a Rede Social Media Design, empresa de Alex Cassundé, em duas remessas de R$ 700 mil em março de 2024.
Em nota oficial, a UJ Football Talent Intermediação Ltda. negou qualquer envolvimento com organizações criminosas e afirmou não ser investigada por tal ligação.
O contrato de patrocínio entre o Corinthians e a Vai de Bet, que previa o pagamento de R$ 370 milhões ao longo de três anos e chegou a ser anunciado como o maior da história do futebol brasileiro, foi abruptamente rescindido pela casa de apostas em junho de 2024. A Vai de Bet acionou uma cláusula anticorrupção presente no contrato para justificar a decisão, após o escândalo vir à tona com a divulgação de suspeitas sobre a empresa intermediária da negociação.
A investigação segue em andamento para apurar o destino exato dos valores e o possível envolvimento de outras pessoas e empresas no esquema. O caso levanta sérias questões sobre a integridade das negociações no futebol brasileiro e o risco de infiltração do crime organizado em um dos setores mais populares do país.

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