O governo brasileiro está atento às reações de países como México, China e Canadá antes de definir sua estratégia para lidar com a nova taxação de 25% sobre as importações de aço e alumínio imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A medida, que entra em vigor em 12 de março, afeta diretamente o Brasil, segundo maior fornecedor de aço para os EUA, atrás apenas do Canadá .
Fontes do Planalto afirmam que qualquer ação brasileira será tratada como “reciprocidade”, e não como retaliação. O governo avalia medidas para proteger a indústria nacional, mas descarta respostas imediatas ou precipitadas que possam escalar para uma guerra comercial .
Impacto direto no Brasil
Os EUA são o principal destino das exportações brasileiras de aço, absorvendo 18% do total em 2023. Em 2024, o Brasil exportou 4,1 milhões de toneladas de aço para os EUA, ficando atrás apenas do Canadá, que enviou 6 milhões de toneladas . O setor siderúrgico nacional já enfrentou medidas semelhantes durante o primeiro mandato de Trump, quando tarifas foram impostas e posteriormente revertidas após negociações .
Especialistas alertam que a taxação pode levar a demissões e redução da produção no Brasil, além de impactar a balança comercial. No entanto, o país tem alternativas, como redirecionar exportações ou aumentar o consumo interno de aço .
Reações globais e estratégia brasileira
Enquanto o Brasil opta por cautela, outros países já reagiram às medidas de Trump. O Canadá anunciou tarifas de 25% sobre produtos americanos, e o México prometeu adotar medidas tarifárias e não tarifárias em defesa de seus interesses . A China, por sua vez, apresentou uma queixa à Organização Mundial do Comércio (OMC), classificando as tarifas como uma violação das regras do comércio internacional .
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou a medida, classificando-a como “contraproducente” para a economia global. Ele destacou que o governo brasileiro aguarda decisões concretas antes de se manifestar oficialmente . Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a reciprocidade, afirmando que o Brasil taxará produtos americanos caso as tarifas sejam mantidas .
Perspectivas e desafios
Analistas apontam que a estratégia de Trump pode ser uma tática para obter concessões em negociações comerciais. Durante seu primeiro mandato, o republicano impôs tarifas semelhantes, mas acabou revertendo-as após pressão de empresários americanos .
O governo brasileiro espera que um cenário semelhante se repita, com a possibilidade de estabelecer cotas ou exceções para o aço e alumínio exportados para os EUA. No entanto, especialistas alertam que a escalada de medidas protecionistas pode gerar inflação e desacelerar a economia global .
Enquanto isso, o Brasil mantém o diálogo com os EUA e avalia ações na OMC, caso necessário. A prioridade é proteger a indústria nacional sem comprometer as relações comerciais entre os dois países .
Conclusão
A taxação de 25% sobre aço e alumínio imposta por Trump coloca o Brasil em uma posição delicada, mas o governo demonstra disposição para negociar e evitar uma guerra comercial. Enquanto observa as reações de outros países afetados, o Brasil busca alternativas para minimizar os impactos econômicos e proteger seus interesses no cenário global.