Brasileiros deportados dos EUA enfrentam desafios ao deixar bens e animais para trás

Recentemente, diversos brasileiros deportados dos Estados Unidos têm relatado dificuldades ao serem obrigados a abandonar pertences pessoais e animais de estimação no país norte-americano. A falta de orientações claras e o tratamento recebido durante o processo de deportação agravam a situação desses indivíduos.

André dos Santos, de 26 anos, compartilhou sua experiência ao ser deportado e ter que deixar seu furão de um ano nos EUA. “A esposa ficou e está cuidando dele para mim. Se não fosse ela, ele estaria passando fome. É muito triste. Ela está ajeitando tudo para vir, peço a Deus que ela não seja pega”, lamentou.

Especialistas explicam que, geralmente, os bens dos deportados ficam perdidos, mas há possibilidades de resolver alguns casos à distância. A advogada Erika Baracchini esclarece que o governo americano não assume responsabilidade pelos pertences daqueles que são expulsos do país. “Quando uma pessoa recebe uma ordem de deportação, pode haver um prazo para que ela organize seus bens antes de deixar o país. Já aqueles deportados de forma imediata, ou que não podem retornar aos EUA, devem contatar conhecidos ou um representante legal. Essas pessoas podem recolher os bens, enviá-los, vendê-los, utilizá-los ou doá-los”, orienta.

Além da perda de bens materiais e animais de estimação, os deportados relatam condições adversas durante o processo de repatriação. Igor Gomes Soares, mineiro deportado recentemente, afirmou que as autoridades norte-americanas trataram os brasileiros “pior que animal” durante o voo de retorno. “Estava há um tempinho sem ser bem tratado”, desabafou João Vitor Batista Alves, outro deportado que chegou ao Brasil na mesma leva.

Diante desses relatos, o governo brasileiro tem buscado medidas para assegurar um tratamento mais digno aos seus cidadãos durante o processo de deportação. Após negociações, os Estados Unidos concordaram em implementar mudanças nas condições dos voos de repatriação. O próximo voo, previsto para esta sexta-feira, fará uma única escala e contará com a presença de um diplomata brasileiro para garantir o respeito aos direitos humanos dos deportados.

A situação evidencia a necessidade de protocolos mais claros e humanitários para lidar com os bens e animais de estimação dos deportados, além de um tratamento mais respeitoso durante todo o processo de deportação.

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