Caos na privatização: moradores de Ponta Grossa enfrentam falhas em água e energia sem resposta das concessionárias

Ponta Grossa (PR) – Os moradores dos Campos Gerais vivem dias de tensão com a precariedade de serviços essenciais privatizados. Em Ponta Grossa, o fornecimento de água e energia elétrica, geridos pela Sanepar e Copel, respectivamente, está mergulhado em um cenário de caos. Durante o dia, a escassez de água paralisa residências e comércios, enquanto à noite as quedas de energia elétrica mergulham bairros inteiros na escuridão. A população, que paga tarifas altas pelos serviços, cobra respostas urgentes das empresas e do poder público.

Crise Energética no Boa Vista
Na última segunda-feira (3), moradores das vilas Leila Maria, Esplanada e Jacarandá, na região do Boa Vista, enfrentaram mais de oito horas sem energia elétrica, segundo relatos nas redes sociais. A falta de aviso prévio da Copel e a dificuldade para contatar a concessionária agravaram a situação. “Ficamos no escuro, sem informação. É desumano pagar caro por um serviço que some sem explicação”, desabafou uma residente, que preferiu não se identificar. A Copel ainda não divulgou um posicionamento detalhado sobre as causas do problema.

Água: Racionamento e Falhas na Comunicação
Enquanto isso, a Sanepar tenta mitigar a escassez de água com manobras operacionais compensatórias. De acordo com a empresa, o abastecimento é ajustado diariamente a partir das 10h, com normalização gradual durante a madrugada. Porém, em áreas altas e distantes dos reservatórios, como parte do Uvaranas e Oficinas, o serviço só é restabelecido na manhã seguinte. Moradores reclamam da falta de transparência: “Não somos avisados sobre os horários de interrupção. Como organizar a rotina?”, questionou um comerciante da região central.

Tarifas Altas vs. Serviço Deficiente
Dados do Procon-PR revelam que as tarifas de água e energia em Ponta Grossa estão entre as mais elevadas do Paraná, com reajustes anuais acima da inflação. Para especialistas em infraestrutura, a crise expõe falhas na fiscalização dos contratos de privatização. “A população paga por um serviço essencial, mas não tem garantia de qualidade. É urgente rever as concessões e impor multas por descumprimento”, afirma o economista Carlos Mendes.

Repercussão e Mobilização
Coletivos locais organizaram um abaixo-assinado para exigir audiências públicas com a Sanepar e a Copel. Enquanto isso, a Câmara Municipal debate a criação de uma comissão de emergência. “Não podemos naturalizar o colapso. Essas empresas têm obrigação legal de garantir o mínimo à população”, destacou a vereadora Ana Lúcia (PT).

O Que Dizem as Concessionárias?
Procuradas, a Sanepar reiterou que as manobras são “necessárias para evitar desabastecimento total”, mas não comentou sobre possíveis compensações financeiras aos afetados. Já a Copel limitou-se a informar que “investiga as causas das falhas” e pediu “compreensão dos clientes”.

Enquanto as explicações não chegam, Ponta Grossa segue dividida entre a luz do dia sem água e as noites às escuras — um retrato da crise nos serviços essenciais, que transforma o cotidiano em um desafio diário.

Com informações de registros em redes sociais, Procon-PR e entrevistas locais.

Abrir bate-papo
Como podemos ajudá-lo?
Verified by MonsterInsights