Polícia Civil de São Paulo inicia processo de restituição de dispositivos após operação contra roubos; maioria dos aparelhos permanece sob custódia por vínculo com crimes.
A Polícia Civil de São Paulo iniciou a devolução de 737 celulares recuperados após uma megaoperação que apreendeu 10,7 mil dispositivos em 2023. A ação, focada no combate a roubos e receptação, revela um desafio: menos de 7% dos aparelhos foram liberados para devolução até o momento. Os demais permanecem sob custódia por estarem associados a investigações criminais ou pela falta de busca por parte dos donos.
Como funcionam as devoluções?
De acordo com a Delegacia de Recuperação de Célulares e Investigacões (DRCI), responsável pelo processo, os aparelhos liberados passam por uma triagem rigorosa:
- Verificação de envolvimento em crimes: Equipes técnicas analisam dados, registros e bloqueiam dispositivos com indícios de uso ilegal.
- Identificação do proprietário: Aparelhos desbloqueados e sem irregularidades são cadastrados no sistema da DRCI.
- Consulta pública: Cidadãos podem verificar se seu dispositivo está disponível no site www.policiacivil.sp.gov.br/drci, inserindo o IMEI (código de 15 dígitos atrás da bateria ou nas configurações do aparelho).
Passo a passo para recuperação:
- Após a confirmação online, o proprietário deve agendar horário na DRCI, localizada na capital paulista.
- É necessário apresentar RG original, nota fiscal do aparelho e comprovante de endereço. Caso a nota se perda, fotos, contratos de operadora ou até testemunhas podem ajudar.
- Dispositivos não reclamados em até 90 dias são descaracterizados e doados a instituições.
Por que a maioria não é devolvida?
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP), cerca de 82% dos celulares apreendidos em operações estão diretamente ligados a crimes, como roubos ou fraudes. Esses aparelhos viram provas processuais e são destruídos ao final dos trâmites judiciais. Outros 11% não são retirados por falta de documentação dos donos.
Dados preocupantes:
- São Paulo registrou 230 mil roubos de celulares em 2023, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
- Apenas 1,5% das vítimas recuperam seus dispositivos no estado, muitas vezes por desconhecerem o processo de restituição.
Falta de divulgação?
Especialistas criticam a pouca visibilidade do sistema. Para Thiago de Souza, advogado da área criminal, “muitas vítimas nem sabem que podem consultar online. É preciso campanhas públicas para ampliar o acesso”. A SSP-SP afirma que promove ações educativas, mas reconhece a necessidade de melhorias.
Conclusão: Se você foi vítima de roubo ou furto, acesse o site da DRCI e faça a consulta. O processo é gratuito, mas exige paciência: o tempo médio entre a apreensão e a liberação é de 4 a 8 meses.
🔍 Curiosidade: Em 2022, uma operação semelhante recuperou 15 mil aparelhos, mas apenas 1.200 foram devolvidos. A expectativa é que, com novas tecnologias de rastreamento, os índices aumentem em 2024.
(Fontes: SSP-SP, DRCI, Fórum Brasileiro de Segurança Pública e entrevistas com especialistas)