A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) protocolou na noite deste domingo (16) uma representação junto à Procuradoria-Geral da República (PGR), solicitando a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro. A parlamentar alega que, durante sua participação no ato pró-anistia realizado em Copacabana, no Rio de Janeiro, Bolsonaro proferiu declarações que atentam contra a democracia e incentivam dúvidas sobre a lisura do processo eleitoral brasileiro.
No evento, que reuniu aproximadamente 18 mil pessoas — número bem abaixo da expectativa de um milhão de participantes —, Bolsonaro questionou sua derrota nas eleições de 2022 e criticou as acusações de tentativa de golpe que enfrenta atualmente. Ele afirmou: “Ninguém acredita nessa história. Se eu estivesse aqui, estaria preso ou talvez morto por eles.”
Duda Salabert argumenta que tais declarações possuem um “tom conspiratório” e que o ex-presidente “incentivou dúvidas sobre a idoneidade do processo eleitoral”, o que, segundo ela, justifica a necessidade de sua prisão preventiva para garantir a ordem pública e a continuidade das investigações.
O ato em Copacabana foi convocado por Bolsonaro e seus aliados em defesa da anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023, quando prédios dos Três Poderes em Brasília foram invadidos e depredados por manifestantes inconformados com o resultado das eleições. Além do evento no Rio de Janeiro, manifestações semelhantes ocorreram no exterior, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, também em apoio à anistia dos condenados.
Atualmente, Bolsonaro enfrenta acusações formais apresentadas pela PGR, que o denunciam por suposta participação em uma trama golpista para se manter no poder após sua derrota eleitoral. Entre as alegações, estão planos para envenenar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e assassinar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Bolsonaro nega veementemente as acusações, classificando-as como perseguição política.
A iniciativa de Duda Salabert adiciona pressão sobre as autoridades judiciais para uma resposta mais contundente às ações e declarações do ex-presidente. A PGR ainda não se manifestou sobre o pedido de prisão preventiva, e o STF deverá avaliar a solicitação nos próximos dias.
O cenário político brasileiro permanece tenso, com manifestações e contra-manifestações evidenciando a polarização existente no país. A sociedade aguarda os desdobramentos desse pedido e as possíveis implicações para o futuro político de Jair Bolsonaro e de seus aliados.
