Escândalo no INSS: campanha de Onyx Lorenzoni recebeu doação de investigado por fraudes milionárias


Ex-ministro de Bolsonaro embolsou R$ 60 mil de figura central em esquema de desvios que lesaram aposentados.
A campanha de Onyx Lorenzoni ao governo do Rio Grande do Sul em 2022 recebeu uma polêmica injeção financeira. O então candidato do PL, que também havia sido ministro da Previdência e do Trabalho no governo de Jair Bolsonaro, arrecadou R$ 60 mil de Felipe Macedo Gomes, presidente da Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB) à época. A doação, efetuada em 30 de setembro daquele ano, ganha contornos ainda mais sombrios diante do fato de que Gomes é um dos principais alvos de uma vasta investigação sobre fraudes bilionárias nos descontos aplicados a aposentados e pensionistas vinculados ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A Amar Brasil Clube de Benefícios, presidida por Felipe Macedo Gomes no período da doação, é uma das entidades sob a mira das autoridades na apuração que busca desmantelar um esquema de desvios que pode ter causado prejuízos de cifras astronômicas aos cofres públicos e aos beneficiários do INSS. As investigações apontam para indícios de irregularidades em diversas associações e clubes de benefícios que realizavam descontos indevidos nos pagamentos de aposentados e pensionistas, muitos dos quais sequer eram filiados às entidades.
De acordo com informações divulgadas recentemente, a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal (PF) identificaram indícios de irregularidades em 11 empresas, sendo a Amar Brasil uma delas. Estima-se que o valor total arrecadado por essas entidades entre 2019 e 2024 ultrapasse a marca dos R$ 6 bilhões. Embora o INSS alegue que esse montante representa a arrecadação total e não necessariamente o prejuízo, as investigações da CGU e da PF indicam fortemente a ocorrência de fraudes e descontos indevidos.
O nome de Onyx Lorenzoni surge neste contexto de forma delicada, uma vez que a doação de R$ 60 mil ocorreu durante sua campanha ao governo do Rio Grande do Sul e também no período em que ele próprio havia sido ministro da Previdência e do Trabalho, pasta à qual o INSS está diretamente ligado. A coincidência levanta questionamentos sobre a relação entre o ex-ministro e o investigado, especialmente em um momento em que o governo federal busca intensificar o combate a fraudes previdenciárias.
A ligação entre doações de campanha e investigações por irregularidades é um tema sensível na política brasileira. No caso em questão, a generosa contribuição de um investigado por fraudes no INSS para a campanha de um ex-ministro da área certamente alimentará debates e poderá gerar novas etapas nas investigações em curso. A sociedade aguarda por mais esclarecimentos sobre essa conexão e sobre o real impacto das fraudes nos benefícios previdenciários.

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