Denúncia abala o Paraná: contratação emergencial da SEAP pode esconder fraude em licitação
O deputado estadual Requião Filho (MDB-PR) levantou suspeitas graves sobre possíveis irregularidades em uma contratação emergencial realizada pela Secretaria de Administração e Previdência do Paraná (SEAP). Em discurso no plenário da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), o parlamentar acusou o governo estadual de burlar processos licitatórios ao transferir serviços de tecnologia para consignados entre empresas sem transparência. O caso já está sendo encaminhado ao Ministério Público do Paraná (MPPR) para investigação.
O Que estápPor trás da contratação emergencial?
A SEAP, órgão responsável pela gestão de recursos humanos e consignados no estado, tinha um contrato de R$ 18 milhões por ano com a empresa Zetra para prestação de serviços tecnológicos. Com o fim do acordo, o serviço foi repassado ao Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), que, após três meses, devolveu a operação à SEAP.
Surpreendentemente, a pasta realizou uma “contratação emergencial” sem licitação, selecionando a empresa Salt para assumir o serviço. O que chamou a atenção de Requião Filho foi o fato de a Salt estar utilizando o mesmo sistema da Zetra, sem que houvesse registro de pagamento pelo uso da tecnologia.
“Empresas foram contratadas sem licitação, sem concorrência. Por que a Salt assumiu o serviço usando o sistema da Zetra, que custava R$ 18 milhões por ano, sem pagar nada por ele? E qual foi o papel do PTI nesse processo?”, questionou o deputado.
MPPR pode investigar, mas há desconfiança
Requião Filho afirmou que vai enviar documentos ao MPPR, mas criticou a morosidade nas investigações de denúncias anteriores.
“Infelizmente, parece que só há investigação quando a mídia repercute. Se não vai sair no Jornal da RPC, o caso fica engavetado. Precisamos entender o que houve entre Zetra, Salt, SEAP e PTI”, declarou.
Histórico de denúncias e projetos pela transparência
O parlamentar é conhecido por fiscalizar irregularidades no governo do Paraná, incluindo escândalos como:
- Grampos no governo Ratinho Jr.
- Fraudes em licitações bilionárias
- Uso indevido de diárias de viagens
- Utilização de dados de alunos para fins políticos
Além disso, Requião Filho é autor de um projeto que obriga a comunicação à Alep sobre investigações contra autoridades, mas a proposta está parada há 9 meses na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
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