O ex-governador do Tocantins, Mauro Carlesse (Agir), foi preso na manhã de domingo (15) na Fazenda Joia Rara, de sua propriedade, localizada em São Salvador, no sul do estado. A operação, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Tocantins (MP-TO), cumpriu mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão expedidos pela 3ª Vara Criminal de Palmas.
A prisão ocorre em meio a investigações sobre um possível plano de fuga de Carlesse para o exterior, de acordo com o MP-TO. A fazenda onde ele foi detido seria o ponto de articulação do plano. Além de Carlesse, o ex-secretário Claudinei Quaresemin também teve mandado de prisão expedido, ambos suspeitos de participação em esquemas de corrupção que marcaram a gestão do ex-governador.
Histórico de irregularidades
Mauro Carlesse foi afastado do cargo de governador em outubro de 2021 por determinação do ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O afastamento ocorreu após uma operação da Polícia Federal (PF) que revelou indícios de uma organização criminosa atuando para obstruir investigações sobre crimes envolvendo a cúpula do governo estadual. Os delitos apurados estavam relacionados, sobretudo, a fraudes na Saúde e na Segurança Pública do Tocantins.
Em março de 2022, Carlesse renunciou ao cargo de governador, em meio ao avanço das investigações e pressão política. O ministro do STJ enviou os processos e as apurações criminais para a Justiça do Tocantins após a renúncia.
Suspeitas e novas acusações
A prisão preventiva de Carlesse aprofunda as suspeitas de que o ex-governador tentava escapar da Justiça. Investigadores indicam que o plano de fuga seria uma tentativa de driblar os desdobramentos judiciais que o cercam desde que deixou o cargo. Claudinei Quaresemin, também investigado, estaria envolvido em esquemas similares de corrupção durante sua gestão no governo estadual.
Os advogados de defesa de Carlesse e Quaresemin ainda não se manifestaram sobre as acusações ou sobre os desdobramentos da operação do Gaeco.
Escalada de escândalos
Carlesse governou o Tocantins entre 2018 e 2022, período marcado por denúncias de irregularidades administrativas e desvios de verbas públicas. As investigações da PF e do Ministério Público apontam que o ex-governador teria operado um esquema de corrupção sistêmica, envolvendo contratos fraudulentos e desvio de recursos na área da Saúde.
A prisão deste domingo reforça a imagem de uma gestão manchada por escândalos, enquanto a Justiça do Tocantins avança na tentativa de responsabilizar os envolvidos.