MP-PR denuncia ex-prefeito e três envolvidos em esquema de corrupção e lavagem de ativos no Paraná
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) formalizou nesta semana a denúncia contra o ex-prefeito de Cândido de Abreu, cidade do Norte Central do estado, e mais três pessoas por corrupção ativa, passiva e lavagem de ativos. O caso é um desdobramento da Operação Chão de Giz, deflagrada em novembro de 2022 pelos núcleos de Guarapuava do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e do Gepatria (Grupo Especializado na Proteção do Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa).
Segundo as investigações, o ex-gestor municipal teria participado de um esquema de desvio de recursos públicos por meio de contratos superfaturados e serviços não entregues. Documentos obtidos pela força-tarefa apontam que empresas fantasmas foram utilizadas para lavar mais de R$ 1,2 milhão entre 2019 e 2022. Os valores, conforme o MP, foram direcionados a contas pessoais dos acusados e a investimentos em imóveis de luxo.
Dados complementares
- A operação original, que incluiu buscas e apreensões, revelou notas fiscais adulteradas e contratos sem licitação.
- Entre os bens bloqueados pela Justiça estão veículos de alto padrão e propriedades rurais na região.
- Um dos investigados, identificado como operador financeiro do esquema, já responde a processos por crimes similares em outras cidades paranaenses.
Penalidades em jogo
Os crimes de corrupção ativa e passiva prevêem penas de 2 a 12 anos de prisão, enquanto a lavagem de ativos pode resultar em 3 a 10 anos de reclusão. Além disso, o ex-prefeito poderá ter os direitos políticos suspensos e ser obrigado a ressarcir os cofres públicos.
Pronunciamentos
Em nota, o Gaeco destacou que as provas coletadas incluem gravações telefônicas, transações bancárias irregulares e testemunhos de servidores públicos. A defesa do ex-prefeito, por sua vez, nega as acusações e afirma que “não há materialidade nos fatos”.
Contexto ampliado
Cândido de Abreu, município com cerca de 15 mil habitantes, enfrenta históricos de irregularidades administrativas. Em 2021, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR) já havia apontado falhas graves na gestão de recursos da educação, setor que também é alvo da atual denúncia.
O que vem pela frente
A denúncia segue para análise judicial, e os réus serão intimados a apresentar defesa. Paralelamente, o MP investiga possíveis conexões do caso com outros grupos políticos do Paraná.
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