Um policial militar que trabalhou como segurança do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, foi afastado de suas funções após ser preso sob a acusação de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A investigação, conduzida pelo Ministério Público e pela Polícia Civil, revelou indícios de que o policial integrava uma complexa rede financeira utilizada pela facção para movimentar recursos ilícitos.
A denúncia inclui também um agente que teria sido indicado pelo empresário Antonio Vinicius Gritzbach, conhecido por ser alvo de múltiplas investigações relacionadas a crimes financeiros. Gritzbach foi apontado como peça-chave na conexão entre membros do PCC e servidores públicos, contribuindo para o funcionamento do esquema.
Esquema sofisticado de lavagem de dinheiro
De acordo com as autoridades, o grupo utilizava empresas de fachada e transações financeiras complexas para “limpar” o dinheiro obtido por meio de atividades ilícitas, como tráfico de drogas e extorsão. O ex-segurança de Tarcísio teria facilitado operações logísticas e financeiras para a facção durante seu período de atuação como policial militar.
Embora não tenha sido divulgada a extensão exata de sua participação, a investigação revelou que ele frequentava eventos e mantinha contatos com outros envolvidos no esquema. A ligação com a facção criminosa teria sido detectada por meio de escutas telefônicas e análise de movimentações bancárias suspeitas.
Repercussão no governo
O caso gerou repercussão no Palácio dos Bandeirantes. O governador Tarcísio de Freitas, ao ser questionado, afirmou que desconhecia o envolvimento do ex-segurança com atividades ilícitas e ressaltou a importância de deixar as investigações seguirem seu curso. “Não compactuamos com nenhum tipo de ilegalidade. A polícia e o Ministério Público têm total liberdade para agir”, declarou.
Apesar das afirmações, a oposição política do governador aproveitou o caso para criticar a gestão de segurança pública e a escolha de assessores próximos. Parlamentares chegaram a pedir maior rigor nas nomeações de servidores para funções estratégicas.
Contexto e próximos passos
O esquema de lavagem de dinheiro desmantelado pela operação tem ramificações em outros estados e envolve valores que ultrapassam dezenas de milhões de reais, segundo fontes próximas às investigações. O policial afastado deverá responder a um processo administrativo dentro da corporação, além de enfrentar acusações criminais que podem levar a penas severas.
O episódio traz à tona mais uma vez a dificuldade de combater a infiltração do PCC em diferentes esferas do poder público e empresarial, evidenciando a sofisticação das estratégias da facção para garantir sua operação. A expectativa é que novas prisões ocorram nas próximas semanas, ampliando o impacto da operação.