“Governo picareta e parasita”: professores de SP intensificam mobilização contra Nunes em meio à ameaça de privatização

Em um movimento que ganha força na capital paulista, educadores da rede municipal planejam intensificar o corpo a corpo nas escolas nesta segunda-feira (5) para engajar um número ainda maior de profissionais na greve. A estratégia, que visa pressionar o prefeito Ricardo Nunes em meio a discussões sobre reajustes salariais e políticas de privatização, foi detalhada em um comunicado interno obtido pelo O Expresso BR.
A mensagem, assinada pela professora Denise, conselheira estadual da Apeoesp e do Sinpeem pela região de São Mateus, convoca os colegas a um diálogo direto nas unidades escolares. O objetivo é alertar para o que os grevistas consideram uma “queda de braço” promovida pela gestão municipal. A professora recorda ainda a postura de governos anteriores, como o de Covas durante a pandemia, que também teriam ameaçado descontar os dias parados, mas sem sucesso diante da firmeza da categoria.
“Nós é que não podemos ceder, se não estaremos fritos! Temos de nos manter firmes porque precisamos derrotar Nunes e sua política privatista!”, exorta a professora no comunicado. A principal preocupação dos educadores reside na possível implementação de medidas que abram caminho para a privatização de setores da educação municipal, ecoando temores já expressos em relação à rede estadual sob o governo Tarcísio de Freitas.
De acordo com informações apuradas, a mobilização culminará em uma assembleia geral na terça-feira (6), em frente à Secretaria Municipal de Educação (SME), a partir das 11h. A organização do movimento garante que haverá ônibus saindo de diversas regiões, incluindo São Mateus (com saída às 10h), para facilitar a participação dos professores.
Protesto na Rede Estadual Contra o Fechamento de Salas
A professora Denise também faz um chamado aos profissionais que atuam nas redes municipal e estadual. Para esta segunda-feira (5), às 14h, está marcada uma manifestação em frente às Diretorias de Ensino (DEs) para cobrar a reabertura de salas de aula, a contratação de colegas e a oferta de vagas para os alunos trabalhadores. A preocupação se intensifica com relatos de fechamento constante de turmas na rede estadual, levantando o alerta para um possível desmantelamento da educação pública estadual.
Greve em Ascensão na Rede Municipal
A convocação para a greve na rede municipal ocorre em um cenário de insatisfação com a proposta de reajuste salarial apresentada pela prefeitura. Segundo a Agência Brasil, professores municipais decidiram manter a greve após rejeitarem a oferta de 2,6% a partir de maio de 2025 e 2,55% para maio de 2026. A categoria reivindica uma valorização mais significativa, diante do histórico de perdas salariais e do aumento do custo de vida.
Temores de Privatização na Educação Paulista
A menção à “política privatista” do prefeito Nunes reflete uma preocupação crescente entre os educadores, que acompanham de perto os movimentos na rede estadual. Em abril deste ano, o governo Tarcísio de Freitas anunciou a privatização de 143 escolas públicas já construídas na cidade de São Paulo, um projeto que afeta uma parcela significativa da rede. A medida gerou forte reação de sindicatos e especialistas em educação, que temem pela qualidade do ensino e pelas condições de trabalho dos professores.
Diante deste panorama, a semana promete ser de intensa mobilização para os professores da rede municipal de São Paulo. A adesão à greve e a participação na assembleia de terça-feira serão cruciais para definir os rumos da negociação com a prefeitura e para tentar barrar o avanço de políticas consideradas prejudiciais à educação pública. A categoria se coloca em estado de alerta, disposta a lutar contra o que chamam de “governo picareta e parasita” em defesa de seus direitos e de uma educação de qualidade para os estudantes da capital.

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