Professores da Rede Municipal de São Paulo inovam em estratégia de greve com ações em todas as regionais de ensino
Em um movimento considerado inovador por sindicalistas, profissionais da educação da rede municipal de São Paulo planejam substituir os tradicionais comandos de greve por uma série de protestos regionalizados. A proposta, divulgada pelo perfil @profchristian no Instagram, prevê a realização de manifestações em cada uma das 13 Diretorias Regionais de Educação (DREs), com apoio da Coordenadoria de Educação (COEDUC), para pressionar o governo municipal a atender reivindicações do setor.
Segundo a publicação, a estratégia visa não apenas aumentar a visibilidade das pautas, mas também destacar as especificidades de cada território. “Ter um dia em cada DRE fará o governo ter que ouvir 13 manifestações. Estar em nossos territórios permite trazer demandas locais, como falta de infraestrutura em escolas periféricas ou carência de professores em regiões específicas”, explicou o perfil, que representa docentes associados ao movimento #dducaprefsp.
Contexto das reivindicações
A mobilização ocorre em meio a impasses históricos entre a categoria e a Prefeitura de SP. Dados do Sindicato dos Professores do Município (APROFEM) apontam que 70% das escolas enfrentam problemas como salas superlotadas, falta de materiais pedagógicos e atrasos em repasses. Em 2023, uma greve de 15 dias resultou em ajustes salariais parciais, mas as negociações foram consideradas insuficientes pela categoria.
A adesão ao formato regionalizado reflete uma tendência observada em outros estados, como Rio de Janeiro e Minas Gerais, onde protestos descentralizados geraram maior engajamento. Especialistas em mobilização social destacam que a abordagem dificulta a neutralização das pautas pelo poder público, que “não poderá tratar as demandas como um problema único”, conforme analisou a socióloga Helena Martins, em entrevista ao portal Educação em Pauta.
Próximos passos
A COEDUC já iniciou articulações com representantes das DREs para definir cronogramas e formatos das manifestações, que devem incluir assembleias locais, atos simbólicos e entrega de documentos às subprefeituras. Enquanto isso, a Prefeitura de SP não se pronunciou oficialmente sobre o plano, mas fontes da Secretaria Municipal de Educação admitem, sob anonimato, que a estratégia “exigirá uma resposta ágil para evitar paralisações prolongadas”.
A expectativa é que o primeiro ato ocorra ainda em junho, na DRE Capela do Socorro, região com o maior índice de evasão escolar da capital. Para acompanhar as atualizações, a categoria tem usado as hashtags #profissionaisdeeducacao e #dducaprefsp nas redes sociais.
Com informações de @profchristian e portais especializados.
Confira a publicação original: Instagram