Mulher é presa após cinco anos de ameaças, invasões e mensagens obsessivas contra dentista e sua noiva; caso expõe gravidade do crime de stalking.
Um casal de Santa Catarina viveu um verdadeiro pesadelo ao ser vítima de perseguição obsessiva por uma ex-paciente do dentista Felipe Cordeiro. A mulher, identificada como Priscila, foi presa preventivamente após descumprir medidas judiciais e invadir o prédio onde o casal morava pela segunda vez. O caso, que começou em 2019, ganhou contornos cada vez mais graves, com ameaças de morte, mensagens perturbadoras e invasões à privacidade do casal .
Tudo começou quando Priscila, professora de música, foi atendida por Felipe em sua clínica odontológica em Itajaí. Após o término do tratamento, ela passou a enviar mensagens insistentes ao dentista, declarando amor e criando uma fantasia de relacionamento que nunca existiu. Com o tempo, as mensagens evoluíram para ameaças, especialmente após Felipe começar a namorar Bruna Mascarello, biomédica e empresária. Priscila passou a direcionar ofensas e ameaças à noiva, chamando-a de “prostituta” e “invejosa”, e chegou a afirmar que usaria um estilete para atacá-la .
O ápice da perseguição ocorreu quando Priscila descobriu o endereço do casal e invadiu o prédio onde moram, subindo até o oitavo andar e sentando-se em frente à porta do apartamento. Em outra ocasião, ela apareceu na praia onde o casal estava com amigos, causando pânico e medo. “É assustador. Você não sabe se ela está armada ou o que pode acontecer”, relatou Felipe em entrevista .
A Justiça determinou medidas cautelares, como a proibição de Priscila se aproximar do casal ou mencioná-los em redes sociais. No entanto, ela descumpriu todas as regras, enviando mais de 50 e-mails em menos de um mês e usando celulares de terceiros para continuar as ameaças. A persistência levou à sua prisão preventiva, sob acusação de crimes como perseguição, injúria e ameaça .
O caso chama a atenção para a gravidade do crime de stalking, tipificado no Código Penal brasileiro desde 2021. Segundo especialistas, a perseguição obsessiva pode causar danos psicológicos profundos e restringir a liberdade das vítimas. “É um crime que vai além do virtual. Quando a pessoa invade sua vida real, o medo se torna constante”, explica o delegado Ícaro Malveira .
Felipe e Bruna relatam que perderam a liberdade e vivem em constante alerta. “Passamos a viver um inferno, sempre com cautela. Ninguém quer cruzar com alguém que diz que vai te matar e já comprou um estilete”, desabafou o casal em suas redes sociais .
O caso segue sob investigação, e o Ministério Público de Santa Catarina avalia a possibilidade de denúncia formal contra Priscila. Enquanto isso, o casal espera que a Justiça traga paz e segurança após anos de terror.
Dicas de Segurança:
- Em casos de perseguição, registre boletim de ocorrência imediatamente.
- Utilize medidas protetivas oferecidas pela Justiça.
- Denuncie ameaças e invasões de privacidade às autoridades competentes .
Fonte: Reportagens do G1, Terra, O Globo e Metrópoles.