Crise Financeira e Humana: Funcionários sem Salário e População em Risco
A Justiça do Paraná determinou o bloqueio das contas do Hospital Metropolitano de Sarandi, medida que agravou uma crise já instalada desde novembro de 2024, quando a unidade foi colocada sob intervenção judicial. O objetivo da ação era cobrar dívidas milionárias deixadas pela gestão anterior, mas o efeito prático foi paralisar o pagamento de salários e comprometer o atendimento a mais de 115 municípios da região norte e noroeste do estado .
Funcionários receberam apenas 50% a 55% de seus vencimentos em abril de 2025, conforme a equipe interventora confirmou, alegando que os recursos para quitar os salários estão disponíveis, mas inacessíveis devido ao bloqueio judicial . A Junta Interventora já recorreu à Justiça para liberar os valores, mas a lentidão do sistema judiciário mantém a situação em impasse, gerando revolta entre colaboradores e moradores .
Intervenção Judicial: Entre a Teoria e a Prática
A intervenção no hospital, determinada pela juíza Ketbi Astir José em outubro de 2024, afastou a diretoria anterior após o Ministério Público identificar indícios de má gestão de verbas públicas, incluindo desvios e falta de pagamento a fornecedores . O governo estadual assumiu a administração temporária, repassando R$ 3 milhões mensais para manter as atividades, mas a medida não resolveu o cerne do problema: as dívidas herdadas continuam a estrangular as finanças da instituição .
A situação expõe uma contradição: enquanto a Justiça busca responsabilizar os antigos gestores, penaliza funcionários e pacientes. “Por que não bloqueiam os bens dos verdadeiros responsáveis?”, questionam moradores, que relatam temor de novas paralisações no atendimento .
Impacto na Saúde Pública: Leitos Ociosos e Pacientes Transferidos
O Hospital Metropolitano, que chegou a ser interditado por três meses em 2024 devido a falhas sanitárias, retomou atividades em janeiro de 2025 com capacidade reduzida: apenas 40 leitos clínicos e 10 de UTI, longe dos 600 atendimentos diários que realizava no auge . A expansão para 60 leitos clínicos e 20 de UTI, prevista para abril, está ameaçada pelo bloqueio financeiro .
Enquanto isso, pacientes de urgência são transferidos para outras unidades, sobrecarregando a rede regional. Durante a primeira interdição, relatos não oficializados sugerem que vidas foram perdidas devido à falta de acesso a tratamentos .
Reações e Desconfiança: A Sociedade Cobra Soluções
A demora na resolução do caso alimenta teorias sobre “articulações nos bastidores”. A população critica a morosidade da Justiça em responsabilizar os ex-gestores, enquanto credores pressionam por pagamentos. “É uma intervenção que não resolve. A Justiça deveria proteger os vulneráveis, não piorar sua situação”, desabafa um morador em entrevista ao Cadeia de Notícias .
O interventor Rogério Kuntz, nomeado pelo governo, garante que os salários serão regularizados assim que as contas forem liberadas, mas a incerteza mantém o clima de tensão. Enquanto isso, o hospital segue como símbolo de uma crise que mistura má gestão, burocracia judicial e negligência com a saúde pública .
Perspectivas: O Que Esperar dos Próximos Capítulos?
A petição para desbloquear as contas aguarda análise judicial, e o governo estadual promete ampliar o repasse de recursos caso a medida seja aprovada. Enquanto isso, Sarandi vive um dilema: como equilibrar a