A Irlanda anunciou, nesta quarta-feira (12), sua primeira contribuição ao Fundo Amazônia, no valor de 15 milhões de euros (cerca de R$ 91 milhões), reforçando a cooperação internacional para o combate ao desmatamento e a promoção da sustentabilidade na região. O montante será distribuído ao longo dos próximos três anos, elevando para oito o número de países doadores ao mecanismo liderado pelo Brasil.
A decisão irlandesa chega em um momento estratégico: o Fundo Amazônia, retomado em 2023 após quatro anos paralisado durante o governo anterior, já soma mais de R$ 3,6 bilhões em projetos ativos. Além da Irlanda, Noruega e Alemanha são os principais financiadores, seguidos por Suíça, Estados Unidos, Reino Unido, Dinamarca e União Europeia.
Por que a Irlanda se interessou?
De acordo com o governo irlandês, o aporte está alinhado com suas metas climáticas e o compromisso de destinar 0,25% do PIB a ações ambientais até 2025. A nação europeia, que recentemente aderiu ao Acordo de Escazú (tratado regional sobre acesso à informação ambiental), destacou a importância da Amazônia para o equilíbrio climático global. “Proteger a maior floresta tropical do mundo é um dever compartilhado. Esta doação reflete nossa confiança no modelo transparente do Fundo e na nova governança brasileira”, afirmou Eamon Ryan, ministro do Meio Ambiente da Irlanda.
O que o Fundo Amazônia financia?
Criado em 2008 e gerido pelo BNDES, o fundo apoia projetos de monitoramento ambiental, produção sustentável e combate a crimes como garimpo ilegal e queimadas. Nos últimos meses, recursos já foram direcionados a ações como o fortalecimento do IBAMA, a regularização fundiária e o fomento a cadeias produtivas de comunidades indígenas.
Próximos passos:
A adesão da Irlanda ocorre semanas antes da COP30, marcada para 2025 em Belém (PA), e sinaliza crescente interesse de países europeus em parcerias com o Brasil na agenda verde. Especialistas apontam que o gesto pode incentivar novos doadores, como Canadá e França, a seguirem o exemplo.
Enquanto isso, o governo brasileiro comemora: “Cada novo parceiro é um voto de confiança na nossa capacidade de liderar a transição ecológica”, declarou a ministra Marina Silva (Meio Ambiente).
Dados-chave:
- Total de doadores ao Fundo Amazônia: 8 países + UE
- Meta do Brasil: zerar o desmatamento até 2030
- Área desmatada em 2023: queda de 50% em relação a 2022 (dados do INPE)
Fontes consultadas: Agência Brasil, Reuters, site oficial do governo irlandês e relatórios do BNDES.