A Justiça Federal ordenou que os governos federal e estadual intensifiquem as medidas de segurança para proteger os povos indígenas na região oeste do Paraná, após uma série de ataques violentos contra a comunidade Avá-Guarani na Terra Indígena Tekoha Guasu Guavirá, localizada entre os municípios de Guaíra e Terra Roxa.
Na noite de sexta-feira, 3 de janeiro de 2025, quatro indígenas foram feridos por disparos de arma de fogo. As vítimas incluem uma criança atingida na perna, um jovem alvejado nas costas, outro indígena ferido na perna e um quarto que teve o maxilar perfurado por um projétil.
Em resposta, o Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou um aumento de 50% no efetivo da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) na região, visando restabelecer a ordem e prevenir novos incidentes. Equipes de prontidão foram acionadas para intensificar o patrulhamento e auxiliar na realocação de moradores para áreas mais protegidas dentro da aldeia.
A Terra Indígena Tekoha Guasu Guavirá tem sido palco de conflitos recorrentes entre indígenas e produtores agrícolas. Em novembro de 2024, o Ministério da Justiça já havia autorizado, por 90 dias, o emprego da FNSP em apoio à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) na região.
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) apelou ao Ministério da Justiça e ao Judiciário para cessarem os ataques aos indígenas Avá-Guarani, destacando que os episódios de violência foram anunciados há mais de um mês por não indígenas descontentes com a retomada dos territórios tradicionais pelos indígenas.
O Ministério dos Povos Indígenas condenou os atos de violência contra o povo Avá-Guarani e está em diálogo com o Ministério da Justiça para a investigação imediata dos grupos armados responsáveis pelos ataques.
A Superintendência da Polícia Federal do Paraná conduz as investigações para identificar os autores dos disparos, enquanto a FNSP, em conjunto com a Polícia Militar do estado, intensifica o policiamento ostensivo para evitar novos incidentes.
A situação permanece sob vigilância contínua pelas forças de segurança, com reforços programados para garantir a proteção da comunidade indígena e mitigar novos riscos. As autoridades enfatizam a necessidade de medidas preventivas para evitar a escalada de tensões na região.