O governo de Luiz Inácio Lula da Silva encerrou seu segundo ano com decisões controversas e um cenário econômico tumultuado. Em meio à escalada do dólar e a novos conflitos envolvendo as emendas parlamentares, o Planalto decidiu encerrar 2024 com uma campanha publicitária exaltando a “força da economia” e a “harmonia entre os Poderes”. A estratégia, no entanto, contrasta com as críticas crescentes à gestão das contas públicas e ao relacionamento desgastado entre o Executivo e o Congresso.
No último ato oficial do ano, o presidente assinou o tradicional indulto de Natal, que concede perdão de pena a determinados grupos de presos. Entre os beneficiados estão pessoas com doenças graves, como HIV, e mães de crianças pequenas. Contudo, a decisão de excluir do decreto presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro, além de condenados por corrupção, líderes de facções criminosas e delatores, gerou debates acalorados na esfera política e na sociedade.
A oposição não poupou críticas, alegando que o indulto privilegia alguns segmentos enquanto adota critérios seletivos para outros. Parlamentares ligados ao agronegócio, militares e alas conservadoras acusam o governo de “uso político” do decreto, enquanto aliados defendem a medida como um “ato humanitário”.
A peça publicitária lançada para fechar o ano também foi alvo de controvérsias. Enquanto o governo celebra avanços econômicos, como a recuperação de setores industriais e a criação de empregos, a oposição aponta que a alta do dólar e a pressão inflacionária anulam os benefícios. As relações entre os Poderes, exaltadas como “harmoniosas”, têm sido marcadas por embates sobre pautas prioritárias e o controle sobre as emendas do orçamento secreto.
Ao adotar uma postura otimista para o encerramento de 2024, o governo Lula busca consolidar uma imagem positiva antes de iniciar o terceiro ano de mandato. Entretanto, as feridas políticas e econômicas abertas durante o ano deixam dúvidas sobre como será a continuidade de sua gestão. Com a oposição cada vez mais mobilizada, 2025 promete ser um ano decisivo para a estabilidade política e a governabilidade do país.