Nicolás Maduro foi empossado nesta sexta-feira (10) para um terceiro mandato presidencial na Venezuela, em cerimônia realizada na Assembleia Nacional, dominada por aliados chavistas. O evento ocorreu em meio a fortes críticas da oposição e da comunidade internacional, que questionam a legitimidade do processo eleitoral de 28 de julho.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Maduro vencedor com 51,95% dos votos, mas não divulgou as atas detalhadas que comprovariam o resultado. A oposição, liderada por Edmundo González Urrutia, alega que houve manipulação nos resultados e reivindica a vitória, apresentando cópias de mais de 80% das atas eleitorais em um site de acesso público.
Em resposta, o governo emitiu um mandado de prisão contra González Urrutia, acusando-o de usurpação de funções, falsificação de documentos públicos e conspiração. Diante da perseguição, o líder opositor exilou-se na Espanha, onde recebeu asilo político. Antes de partir, González Urrutia afirmou que continuará a luta pela democracia venezuelana a partir do exterior.
A comunidade internacional está dividida quanto ao reconhecimento do novo mandato de Maduro. Países como Estados Unidos e União Europeia não reconhecem a legitimidade da eleição e impuseram sanções adicionais a altos funcionários venezuelanos. Por outro lado, nações como Rússia, China e Cuba expressaram apoio ao governo chavista.
A posse de Maduro ocorre em um contexto de crescente tensão política e econômica na Venezuela, com a oposição prometendo intensificar os protestos e a comunidade internacional observando de perto os desdobramentos da crise.