Em uma decisão que promete gerar debates acalorados entre os moradores, os vereadores de Ponta Grossa, no Paraná, aprovaram um aumento de 57,67% em seus próprios salários. O reajuste eleva os vencimentos de R$ 10.448,82 para R$ 18.119,68, tornando-se o maior aumento salarial registrado entre os legislativos municipais do estado.
A medida, que já entrou em vigor, gerou forte repercussão nas redes sociais e levantou questionamentos sobre a moralidade e a pertinência de um reajuste tão expressivo em um momento de dificuldades econômicas enfrentadas por grande parte da população brasileira. Segundo críticos, o aumento contrasta com a realidade de trabalhadores que lutam por reajustes mínimos em seus salários, frequentemente inferiores à inflação acumulada.
A justificativa apresentada pelos parlamentares se baseia na atualização de vencimentos para acompanhar “responsabilidades crescentes” e equiparação a outros municípios. No entanto, setores da sociedade civil e especialistas em administração pública consideram o reajuste desproporcional e um exemplo de “desconexão” entre a classe política e os cidadãos.
O aumento coloca os vereadores de Ponta Grossa no centro das atenções, especialmente em um estado onde muitos municípios enfrentam desafios financeiros e cortes em investimentos essenciais, como saúde e educação. Grupos organizados da cidade já planejam manifestações públicas e reivindicam maior transparência nos processos de decisão legislativa.
Com a medida, os parlamentares da cidade passam a receber um dos maiores salários de vereadores no estado, reacendendo discussões sobre os privilégios políticos e a urgência de uma reforma que contemple maior controle e equilíbrio nos gastos públicos.
