Em junho de 2023, Antônio Pereira do Nascimento, um motorista autônomo de Palmas (TO), viveu uma situação inusitada ao perceber que sua conta bancária havia recebido uma transferência equivocada de R$ 131.870.227,00. Demonstrando honestidade, ele prontamente notificou o banco responsável, o Bradesco, e devolveu o montante no dia seguinte.
No entanto, mesmo após sua atitude íntegra, Antônio alega ter enfrentado diversas adversidades decorrentes do incidente. Segundo sua defesa, ele sofreu pressão psicológica por parte do gerente da agência, que teria insinuado que “pessoas” poderiam aguardá-lo na porta de sua casa caso a devolução não fosse imediata. Além disso, a ampla cobertura midiática do caso expôs sua vida privada, causando-lhe abalos emocionais e preocupações com a segurança de seus familiares.
Diante desses acontecimentos, em julho de 2024, Antônio ingressou com uma ação judicial contra o Bradesco, reivindicando uma recompensa de 10% sobre o valor devolvido, totalizando R$ 13.187.022,00, além de uma indenização de R$ 150 mil por danos morais. A defesa argumenta que, além da pressão sofrida, o banco alterou unilateralmente a tarifa mensal de sua conta devido ao aumento repentino do saldo, sem qualquer comunicação prévia.
O processo tramita na 6ª Vara Cível de Palmas, e uma audiência de conciliação está agendada para o dia 18 de fevereiro de 2025, por meio de videoconferência. Até o momento, o Bradesco não se manifestou oficialmente sobre o caso, afirmando que não comenta assuntos sub judice.
Este episódio levanta questões sobre os direitos e responsabilidades de clientes e instituições financeiras em situações de erros operacionais, além de destacar os possíveis impactos emocionais e sociais decorrentes de tais incidentes.
