O ‘indice do batom’ sinaliza resiliência e busca por conforto no mercado de beleza brasileiro


Em tempos de incerteza econômica, um velho conhecido volta a ganhar destaque: o batom. Para Leonard Lauder, presidente emérito da Estée Lauder, a busca por pequenos luxos, como um novo batom, funciona como um alento para o humor em períodos de dificuldade financeira. Esse fenômeno, cunhado como o “índice do batom”, parece encontrar eco na realidade do mercado de beleza brasileiro.
A teoria por trás do “índice do batom” é simples: quando as finanças apertam e grandes gastos são adiados, os consumidores tendem a procurar por itens menores, mais acessíveis, mas que ainda proporcionem uma sensação de prazer e bem-estar. O batom, com seu poder de transformar um visual e levantar a autoestima, encaixa-se perfeitamente nessa categoria.
E os números parecem confirmar essa tendência. Em 2023, a Avon vendeu, em média, 25 batons por minuto no Brasil, um cosmético a cada três segundos, segundo dados da Kantar divulgados pela marca. Esse volume expressivo de vendas sugere que mesmo diante de um cenário econômico desafiador, o desejo por um toque de cor e beleza permanece forte entre os consumidores brasileiros.
Essa busca por “pequenos luxos” não se restringe apenas ao batom. O mercado de beleza como um todo tem demonstrado resiliência e adaptação às novas demandas dos consumidores. Tendências para 2025 apontam para um crescimento significativo em segmentos como cosméticos naturais e veganos, cuidados duradouros para a pele e cabelo, e fragrâncias. A crescente valorização da experiência de compra e a busca por produtos personalizados, muitas vezes impulsionada pela inteligência artificial, também moldam o futuro do setor.
Essa dinâmica reflete uma mudança no comportamento do consumidor, que busca não apenas produtos que melhorem a aparência, mas também que promovam saúde, bem-estar e autoestima. Em um contexto onde as grandes conquistas podem parecer distantes, os “pequenos luxos” como um batom, um creme hidratante ou um perfume especial se tornam formas acessíveis de autocuidado e de afirmação pessoal.
Portanto, enquanto a economia brasileira navega por diferentes cenários, o batom, e outros pequenos prazeres do universo da beleza, continuam a desempenhar um papel importante na vida dos consumidores, oferecendo um toque de cor e otimismo em meio aos desafios. O “índice do batom”, mais uma vez, se mostra um termômetro interessante das emoções e prioridades em tempos de mudança.

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