OpenAI rejeita proposta de compra de Musk

A OpenAI, uma das empresas líderes em inteligência artificial (IA) e criadora do famoso ChatGPT, rejeitou de forma unânime uma proposta de compra de US$ 97,4 bilhões feita por um consórcio liderado por Elon Musk. A oferta, anunciada na última segunda-feira (10/02), foi considerada uma tentativa de interferir nos planos da empresa, que está em processo de reestruturação para se tornar uma entidade com fins lucrativos. O conselho da OpenAI afirmou que a empresa “não está à venda” e que a missão de desenvolver IA para beneficiar a humanidade permanece inalterada .

A resposta do CEO da OpenAI, Sam Altman, foi rápida e irônica. Em uma publicação na rede social X (antigo Twitter), Altman respondeu: “Não, obrigado, mas podemos comprar o Twitter por US$ 9,74 bilhões se você quiser”. A provocação foi uma referência ao valor oferecido por Musk, que é dono da plataforma desde 2022. Musk, por sua vez, respondeu com um simples “Vigarista” .

A rivalidade entre os dois empreendedores não é nova. Musk foi cofundador da OpenAI em 2015, ao lado de Altman, mas deixou a empresa em 2018, alegando conflitos de interesse com a Tesla. Desde então, ele tem criticado publicamente a mudança da OpenAI para um modelo com fins lucrativos, acusando a empresa de se desviar de sua missão original de desenvolver IA para o bem da humanidade. Em 2024, Musk chegou a processar a OpenAI, alegando que a empresa estava priorizando o lucro em detrimento de seus princípios fundadores .

A oferta de Musk, no entanto, pode complicar os planos de reestruturação da OpenAI. A empresa está em negociações com o SoftBank Group para levantar uma nova rodada de financiamento, que pode elevar sua avaliação para US$ 300 bilhões. Especialistas jurídicos afirmam que a proposta de Musk estabelece um valor mínimo para a compensação que a organização sem fins lucrativos deverá receber caso abra mão do controle de suas subsidiárias .

Além disso, Musk condicionou a retirada da oferta à manutenção da OpenAI como uma organização sem fins lucrativos. Ele argumenta que a transição para um modelo comercial prejudicaria a missão da empresa. “Se o conselho da OpenAI estiver disposto a preservar a missão de organização sem fins lucrativos, Musk retirará a oferta”, dizem documentos judiciais apresentados na quarta-feira (12/02) .

Apesar das tensões, Altman minimizou a oferta de Musk, classificando-a como mais uma tentativa de “atrasar” a OpenAI. “Elon tenta todo tipo de coisa o tempo todo. Este é o episódio desta semana”, disse Altman em entrevista à Bloomberg durante a Cúpula de Ação em IA em Paris. Ele também sugeriu que Musk age por insegurança: “Provavelmente, toda a sua vida vem de uma posição de insegurança. Sinto pena dele” .

Enquanto isso, a OpenAI segue focada em seu objetivo de desenvolver inteligência artificial geral (AGI) que beneficie a humanidade. A empresa opera atualmente sob uma estrutura híbrida, com uma subsidiária com fins lucrativos controlada pela organização sem fins lucrativos. A mudança para um modelo totalmente lucrativo é vista como essencial para garantir o capital necessário para continuar inovando em IA .

A rejeição da proposta de Musk marca mais um capítulo na intensa rivalidade entre os dois visionários da tecnologia. Enquanto Musk busca consolidar seu império de IA com a xAI, sua própria startup de inteligência artificial, a OpenAI continua a liderar o setor com o ChatGPT e outros modelos avançados. O desfecho dessa disputa pode definir o futuro não apenas dessas empresas, mas também da própria evolução da inteligência artificial .


Fontes: Valor Econômico, Observador, CNN, UOL, Época Negócios, Deutsche Welle, O POVO.

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