Há uma década, o dia 29 de abril se tornou um marco sombrio na história do Paraná. O Centro Cívico de Curitiba, palco de inúmeras manifestações, foi manchado pela violência brutal contra professores que, legitimamente, defendiam seus direitos.
Em 2015, o governo de Beto Richa enfrentava forte oposição dos educadores estaduais devido a propostas de alterações no sistema previdenciário. O que era para ser um protesto pacífico se transformou em um cenário de guerra, com bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e até mesmo o uso de helicópteros para dispersar a multidão.
As imagens daquele dia chocaram o país: centenas de professores feridos, relatos de violência desmedida e a sensação de que a voz da educação havia sido silenciada pela força. Fernando Francischini, então secretário de Segurança Pública, foi apontado como o responsável por comandar a operação que resultou em mais de 200 feridos, segundo denúncias de organizações de direitos humanos.
Dez anos se passaram, mas a memória do “Massacre dos Professores” permanece viva na mente dos paranaenses. A impunidade dos responsáveis, denunciada por diversas entidades, ainda gera indignação. Aquele 29 de abril de 2015 não foi apenas um dia de violência física, mas um ataque à democracia e ao direito de manifestação.
A luta dos professores do Paraná por seus direitos continua, assim como a busca por justiça para as vítimas daquele fatídico dia. A história jamais poderá apagar a cena de educadores, pilares da nossa sociedade, sendo violentamente reprimidos por defenderem o futuro da educação no estado. O sangue derramado no Centro Cívico há 10 anos clama por memória e por um futuro onde o diálogo e o respeito prevaleçam sobre a violência.
Paraná nunca esquecerá: 10 anos do massacre que mancharam a educação
