A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou um parecer contundente ao Supremo Tribunal Federal (STF), defendendo a manutenção da prisão preventiva do general Braga Netto. Detido no final da última semana, o ex-ministro enfrenta acusações de interferência direta nas investigações sobre a tentativa de golpe de Estado que abalou o país.
De acordo com a PGR, as ações do militar para dificultar o curso das apurações justificam a medida drástica de sua detenção. “Denotam a imprescindibilidade da medida extrema, dado que somente a segregação do agravante poderá garantir a cessação da prática de obstrução”, afirmou o órgão no documento encaminhado ao STF.
A decisão de manter ou não Braga Netto sob custódia caberá agora à Suprema Corte, que enfrentará pressões tanto de setores que defendem rigor contra tentativas de desestabilização democrática quanto de apoiadores do general, que consideram sua prisão uma medida excessiva e politizada.
O caso reacende o debate sobre a atuação de militares na política e suas implicações para a estabilidade institucional do país. Enquanto a PGR reforça a gravidade da acusação e a necessidade de preservar a integridade das investigações, críticos apontam para o risco de uso político das prisões preventivas, um tema que divide juristas e especialistas.
Braga Netto, figura central no governo anterior, foi implicado após a descoberta de comunicações que indicariam tentativas de interferir nos depoimentos de testemunhas-chave. Para a PGR, a soltura do general representaria uma ameaça real à continuidade e imparcialidade da investigação, especialmente em um caso com tamanha repercussão.
Com a decisão do STF prevista para os próximos dias, o país aguarda o desenrolar de mais um capítulo tenso em meio à busca por justiça e accountability nos episódios relacionados ao ataque às instituições democráticas.