A popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atingiu o pior patamar de seus três mandatos, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (14). Apenas 24% dos brasileiros avaliam o governo como “ótimo” ou “bom”, enquanto 41% o consideram “ruim” ou “péssimo”. Esse é o menor nível de aprovação desde 2005, durante o escândalo do Mensalão, e reflete uma série de desafios enfrentados pelo governo. Abaixo, listamos oito pontos que ajudam a entender essa queda histórica:
- Crise econômica e inflação
A alta nos preços dos alimentos e a desvalorização do real frente ao dólar têm pressionado o bolso dos brasileiros, especialmente os mais pobres. Além disso, a crise envolvendo o PIX, marcada por fake news sobre supostas taxações, gerou desconfiança e insatisfação entre a população. - Fragilidade da esquerda global
O cenário internacional também pesa contra Lula. Enquanto a direita ganha força globalmente, com a vitória de Donald Trump nos EUA, a esquerda enfrenta dificuldades para se consolidar, o que reflete no desgaste do governo brasileiro. - Oposição mais eficaz
A oposição tem sido mais assertiva em criticar e amplificar os erros do governo, algo que não ocorria com tanta intensidade em mandatos anteriores. Isso tem contribuído para a deterioração da imagem de Lula. - Erros de comunicação
O governo falhou em lidar com crises recentes, como a do PIX, e não soube se comunicar de forma eficaz com os jovens e nas redes sociais. A falta de uma estratégia clara de comunicação tem amplificado os problemas. - Cansaço com o governo
Há uma percepção de que o governo é “antigo” e não traz propostas inovadoras, gerando um desejo de mudança entre os eleitores. Essa sensação de estagnação tem impactado negativamente a popularidade de Lula. - Crescimento de valores conservadores
A população brasileira tem demonstrado uma inclinação crescente por valores conservadores, com os quais o governo Lula não consegue se conectar. Isso tem afastado parte do eleitorado que antes apoiava o petista. - Esquizofrenia política
Eleito com uma aliança de centro, Lula enfrenta pressões para implementar pautas de esquerda, o que gera uma espécie de “esquizofrenia política”. Essa dualidade tem confundido os eleitores e fragilizado o governo. - Perda de apoio em bases tradicionais
Lula perdeu popularidade entre grupos que historicamente o apoiavam, como mulheres, negros, nordestinos e pessoas de baixa renda. No Nordeste, por exemplo, a aprovação caiu 16 pontos percentuais, de 49% para 33%.
Reação do governo e perspectivas
Aliados de Lula atribuem a queda a uma “tempestade perfeita”, com a inflação, a crise do PIX e a alta do dólar. No entanto, afirmam que o pior momento já passou e que medidas anunciadas pelo governo devem melhorar a situação nos próximos meses.
Enquanto isso, a oposição aproveita o momento para criticar a gestão, com alguns parlamentares até sugerindo a possibilidade de impeachment. O presidente, por sua vez, prometeu que 2025 será o ano de “derrotar a mentira” e provar que sua administração é a melhor opção para o país.
Com desafios econômicos, políticos e de comunicação, Lula entra no terceiro ano de seu mandato com a missão de recuperar a confiança dos brasileiros. Resta saber se as promessas de mudança serão suficientes para reverter o cenário atual.
Referências:
- [G1: 8 pontos que podem explicar a queda na popularidade de Lula]
- [G1: Aliados veem ‘tempestade perfeita’]
- [UOL: Popularidade de Lula cai a níveis inéditos]
- [Itatiaia: Lula perde popularidade entre mulheres, negros e nordestinos]
- [CNN Brasil: Oposição reage à queda de popularidade de Lula]