A transição de poder em Belford Roxo, município da Baixada Fluminense, iniciou-se sob tensão e acusações mútuas. O recém-empossado prefeito, Márcio Canella (União Brasil), denunciou que encontrou a sede da prefeitura em estado de completo abandono e vandalismo, atribuindo a responsabilidade ao seu antecessor, Wagner dos Santos Carneiro, conhecido como Waguinho (Republicanos).
Segundo Canella, diversos equipamentos foram furtados, incluindo 15 discos rígidos contendo informações sensíveis sobre funcionários públicos, como nomes e salários de cargos de confiança da gestão anterior. Além disso, itens como computadores, chuveiros, torneiras, cafeteiras e até as bandeiras oficiais teriam sido levados. “Encontrei um verdadeiro caos. Furtaram os computadores, HDs, apagaram todas as informações para dificultar o nosso trabalho. Esse foi mais um ato criminoso do ex-prefeito Waguinho”, declarou Canella em vídeo publicado nas redes sociais.
Em resposta, Waguinho negou as acusações, afirmando que entregou o gabinete “nas mesmas condições” e que possui um vídeo gravado antes da transição que comprovaria a integridade dos equipamentos. “Essa acusação não condiz com a verdade. Esse episódio lamentável só evidencia o despreparo do atual gestor e sua equipe, que tentam criar narrativas infundadas ao invés de se dedicarem ao trabalho pela cidade”, rebateu o ex-prefeito.
Diante da situação, Canella decretou estado de calamidade financeira no município e determinou o fechamento da prefeitura por 15 dias para reorganização e auditoria. “Eles levaram tudo. Estamos fazendo um levantamento para ver o que foi furtado. Levaram até as torneiras do banheiro. Até o chuveiro eles levaram”, afirmou o atual prefeito.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga o caso para identificar os responsáveis pelos furtos e atos de vandalismo. Enquanto isso, a população de Belford Roxo aguarda a normalização dos serviços públicos e a resolução das disputas políticas que têm marcado o início desta nova gestão.