Presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol é preso por insurreição após declarar lei marcial

Em uma operação que durou cerca de seis horas, o presidente afastado da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, foi detido na manhã de quarta-feira (15), horário local, sob acusações de insurreição e abuso de poder. A ação ocorreu após Yoon declarar lei marcial em dezembro, numa tentativa controversa de consolidar seu poder.

A operação envolveu mais de 1.000 policiais e agentes anticorrupção que cercaram a residência presidencial em Seul. Apoiadores de Yoon tentaram impedir a prisão, formando barricadas humanas e utilizando veículos para bloquear o acesso das autoridades. Apesar da resistência inicial, Yoon concordou em se entregar para evitar um confronto violento, afirmando que sua rendição visava “evitar um banho de sangue”.

Yoon Suk-yeol, ex-promotor que assumiu a presidência em 2022, enfrentou crescente oposição após declarar lei marcial em 3 de dezembro, justificando a medida como necessária para proteger o país de “forças comunistas norte-coreanas”. A ação foi amplamente criticada e levou ao seu impeachment pelo Parlamento em 14 de dezembro. Desde então, Yoon permanecia recluso na residência oficial, recusando-se a cooperar com as investigações.

A detenção de Yoon marca a primeira vez na história recente da Coreia do Sul que um presidente em exercício é preso por insurreição. O caso agora aguarda julgamento pelo Tribunal Constitucional, que decidirá sobre a legitimidade do impeachment e o futuro político de Yoon. Enquanto isso, o país enfrenta um período de instabilidade política, com a população dividida entre apoiadores e opositores do presidente deposto.

A crise política ocorre em um momento delicado para a Coreia do Sul, que lida com tensões regionais envolvendo a Coreia do Norte e a China. A detenção de Yoon pode ter implicações significativas tanto no cenário doméstico quanto nas relações internacionais do país.

Analistas políticos destacam que a tentativa de Yoon de impor a lei marcial e a subsequente reação do Parlamento e das instituições democráticas refletem a resiliência da democracia sul-coreana. No entanto, alertam para os desafios futuros na restauração da estabilidade política e na reconquista da confiança pública nas instituições governamentais.

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