As novas concessões de pedágio anunciadas pelo governo de Ratinho Jr. no Paraná, inicialmente propagandeadas como um alívio para os bolsos dos motoristas, têm gerado revolta entre os usuários das rodovias. A divulgação de “descontos” no modelo apresentado na B3, que regula as tarifas, está sendo vista por muitos como uma estratégia enganosa, similar a uma “Black Fraude”, onde o benefício prometido se transforma em aumento de custos reais.
De acordo com dados levantados, um caminhão de 6 eixos que percorria o trecho entre Apucarana e Paranaguá pagava R$ 512 sob o modelo anterior. Agora, sob as novas tarifas, o mesmo trajeto custa R$ 519, mesmo com o chamado “desconto” aplicado. Para veículos de passeio, a situação não é diferente: a tarifa que antes era de R$ 85,40 subiu para R$ 86,50. Ou seja, os “descontos” tão alardeados pelo governo na verdade escondem uma elevação nos custos.
Além das tarifas mais altas, outro ponto polêmico é o aumento do prazo dos contratos. Os novos acordos assinados com as concessionárias estendem a duração de 24 para 35 anos, comprometendo ainda mais o futuro do estado com preços que já começam mais caros do que os anteriores. Especialistas alertam que essa ampliação beneficia apenas as empresas, enquanto os usuários das rodovias permanecem pagando por serviços que nem sempre correspondem às expectativas.
A lógica do “desconto” que sai mais caro
Os números geraram críticas entre políticos da oposição e movimentos sociais, que veem na ação uma tentativa de enganar a população paranaense. “O governador está usando a narrativa do desconto como um artifício político, mas na prática, os usuários estão pagando mais. Isso é inadmissível”, afirmou um líder da oposição.
A indignação também se reflete nas redes sociais, onde muitos motoristas relatam a insatisfação com os novos valores. “A gente esperava um alívio, mas o que veio foi um peso ainda maior no orçamento”, desabafou um caminhoneiro que utiliza a rota Apucarana-Paranaguá frequentemente.
Uma estratégia política arriscada
Ratinho Jr., que desponta como uma figura de destaque no cenário político nacional, parece estar apostando em ações que consolidem sua imagem de gestor eficiente. No entanto, movimentos como este, que afetam diretamente o bolso dos eleitores, podem se tornar um tiro no pé. A frustração com o novo modelo de pedágios pode abrir espaço para que críticos questionem outras áreas de sua gestão, especialmente em um estado com histórico de insatisfação em relação à infraestrutura rodoviária.
Os contratos assinados são vistos como um reflexo de um jogo político onde a transparência com a população fica em segundo plano. Enquanto isso, motoristas seguem questionando: até quando o Paraná pagará o preço dessas decisões?