O Ministério da Educação (MEC) confirmou o reajuste de 6,27% no piso salarial do magistério para 2025, uma medida prevista pela Lei nº 11.738/2008. Apesar de ainda não ter formalizado a atualização por meio de portaria, o reajuste já é obrigatório para gestores de estados e municípios, uma vez que se trata de um dispositivo automático da legislação.
O aumento anual, que se tornou uma referência para a valorização dos professores, ocorre em um momento de intensas discussões sobre o financiamento da educação pública no Brasil. A lei estabelece que o reajuste é baseado na variação do valor mínimo por aluno, medida pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), garantindo a atualização salarial mesmo diante de possíveis atrasos administrativos do MEC.
Pressão e desafios para os gestores
Embora o reajuste seja uma conquista importante para os professores, ele coloca pressão sobre os gestores públicos, que alegam dificuldades financeiras para cumprir a determinação. Muitos municípios enfrentam problemas com arrecadação e argumentam que o aumento nos salários pode comprometer outras áreas essenciais, como infraestrutura e merenda escolar.
De acordo com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), cerca de 60% das prefeituras estão no limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para gastos com pessoal. Em contrapartida, sindicatos e entidades do setor educacional destacam que a valorização do magistério é essencial para atrair e manter profissionais qualificados nas salas de aula, condição fundamental para melhorar os índices educacionais do país.
MEC sob críticas e promessas de melhorias
Enquanto isso, o MEC tem sido alvo de críticas por sua demora na edição da portaria que oficializa o reajuste. Apesar disso, a pasta afirmou que o documento será publicado nas próximas semanas, reiterando que a medida já tem respaldo legal e que os gestores devem cumpri-la de imediato.
Para 2025, o governo federal prometeu esforços adicionais para melhorar o financiamento da educação básica, incluindo um debate mais amplo sobre o aumento da participação da União nos repasses do Fundeb. Essa discussão pode ser determinante para aliviar o impacto do reajuste nos cofres municipais e estaduais.
O reajuste de 6,27% reacende o debate sobre a prioridade da educação no Brasil, colocando em xeque a capacidade dos governos de equilibrar a valorização dos profissionais com a manutenção de um sistema educacional sustentável. O tema segue gerando polêmica e deve ser foco de discussões nos próximos meses.