Secretário de Educação do Paraná sonda terreno para 2026 em pesquisa

Roni Miranda testa popularidade em pré-campanha silenciosa

Um nome começa a circular nos bastidores da política paranaense como possível candidato às eleições de 2026: Roni Miranda, atual secretário estadual de Educação do governo Ratinho Junior (PSD). Apesar de manter um perfil discreto, o gestor está sendo submetido a sondagens eleitorais via Unidade de Resposta Audível (URA), sistema de pesquisa telefônica automatizada, em seu município natal, Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba.

A iniciativa, identificada por um leitor do Blog Politicamente, busca medir o reconhecimento público de Miranda e a disposição do eleitorado em votar nele para uma vaga no Legislativo — sem especificar se o alvo é a Câmara Federal ou a Assembleia Legislativa do Paraná. Nas perguntas, os entrevistados respondem se conhecem o secretário (“conhece bem”, “ouviu falar” ou “desconhece”) e se considerariam apoiá-lo (“votaria com certeza”, “poderia votar” ou “não votaria”).

Por que Campo Largo?
O município não foi escolhido por acaso: é a cidade onde Miranda mora e construiu parte de sua trajetória. Professor desde 2007, ele foi diretor do Colégio Estadual Djalma Marinho antes de ingressar na Secretaria de Educação (Seed) em 2019. Sua ascensão ocorreu sob o comando de Renato Feder, ex-secretário da pasta que hoje comanda a educação em São Paulo. Miranda assumiu a titularidade da Seed em 2023, após a saída de Feder, e desde então lidera programas polêmicos, como o Parceiro da Escola, criticado por professores que alegam excesso de burocracia e pressão por resultados.

Os desafios de uma possível candidatura
Apesar do 1º lugar do Paraná no Ideb em 2023 — mérito frequentemente atribuído à gestão de Miranda —, o secretário enfrenta resistência entre parte dos 60 mil professores da rede estadual. A greve de educadores em 2023, motivada pelo descontentamento com o Parceiro da Escola, ilustra a tensão. Se, por um lado, o desempenho educacional pode ser um trunfo eleitoral, por outro, a insatisfação da categoria pode se tornar um obstáculo.

Estratégia em jogo
A aposta na URA sugere uma campanha em estágio embrionário, comum para avaliar viabilidade sem expor o candidato precocemente. Especialistas em marketing político ressaltam que esse tipo de pesquisa é útil para mapear bases eleitorais e ajustar narrativas. Para Miranda, a estratégia pode ser crucial: um resultado positivo na sondagem tende a alavancar projetos para 2026, enquanto números fracos mantêm o plano “na gaveta”, como destacam fontes próximas ao governo.

E o palácio?
Apesar do movimento, não há confirmação de que Ratinho Junior apoie oficialmente a pretensão do secretário. O governador, que também mira horizontes nacionais, costuma equilibrar suas alianças com cautela. Enquanto isso, Miranda mantém o foco na Seed, onde segue implementando políticas educacionais.

O que dizem os números (e os silêncios)
Até o momento, o desempenho do secretário nas pesquisas não foi divulgado. O sigilo é comum em sondagens internas, mas o fato de o teste estar restrito a Campo Largo indica que Miranda prioriza consolidar sua imagem local antes de ampliar o raio de atuação. Resta saber se a experiência na educação — setor historicamente estratégico para conquistar eleitores — será suficiente para transformar o gestor em candidato.

Enquanto a URA coleta dados, a resposta final virá das urnas. Até lá, o jogo político segue em modo stand-by.

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