O Seminário “Justiça de Transição para os Povos Indígenas”, realizado no Ministério Público Estadual, em Curitiba, reuniu especialistas, líderes indígenas e representantes de entidades de direitos humanos para discutir um tema de extrema relevância: a reparação das violações cometidas pela ditadura militar contra os povos indígenas no Brasil. O evento teve como objetivo pressionar o Estado brasileiro a reconhecer e reparar os crimes perpetrados durante o regime militar, que afetaram diretamente a vida, os territórios e os direitos dos povos originários.
A Comissão da Verdade, ao divulgar seu relatório final, revelou um número alarmante: mais de 8 mil indígenas foram mortos entre as décadas de 1960 e 1980. Esses números, que ilustram a violência institucionalizada durante o período, destacam um dos capítulos mais sombrios da história brasileira. A falta de reconhecimento e de reparação para essas vítimas, que foram alvo de extermínio, remoções forçadas e repressão cultural, é um dos principais pontos abordados no seminário, com a exigência de justiça ainda mais urgente.
O evento não só trouxe à tona os relatos de sobreviventes e familiares, mas também discutiu a necessidade de uma abordagem efetiva do governo brasileiro para garantir a reparação. A implementação de políticas públicas que busquem devolver aos indígenas suas terras, reconhecer suas histórias e promover ações de justiça social são fundamentais para que o Brasil enfrente e corrija esses crimes históricos.
Com palestras, debates e apresentação de propostas, o seminário reforçou a importância de uma memória coletiva que não seja esquecida e a necessidade de uma Justiça de Transição que, além de reconhecer os erros do passado, também atue na construção de um futuro mais justo e igualitário para os povos indígenas.