Na tarde desta segunda-feira (10), um ônibus do BRT (Bus Rapid Transit) foi alvo de tiros na altura da Praça Seca, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O ataque deixou passageiros feridos, que foram encaminhados ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. O caso, ainda sob investigação, ocorreu em uma região historicamente afetada por conflitos armados e expõe a vulnerabilidade de usuários do transporte coletivo.
Detalhes do incidente
Segundo relatos de testemunhas, os disparos partiram de indivíduos não identificados próximo à via onde o veículo transitava. O motorista conseguiu levar o ônibus até um ponto seguro para prestar socorro às vítimas. Apesar de a Polícia Militar não confirmar o número exato de feridos, fontes hospitalares indicam que ao menos três passageiros receberam atendimento por estilhaços e fraturas leves. Nenhum caso é considerado grave.
Contexto de violência na região
Jacarepaguá, assim como outros bairros da Zona Oeste, enfrenta disputas frequentes entre facções criminosas, conforme dados do Instituto de Segurança Pública (ISP). Apenas em 2023, a região registrou mais de 40 ocorrências de tiroteios em vias públicas, segundo levantamento da plataforma Fogo Cruzado. O BRT, principal meio de transporte de milhares de cariocas, já foi cenário de episódios similares: em março deste ano, um ataque a outro ônibus na mesma linha resultou em duas mortes.
Reações e medidas emergenciais
A Secretaria Municipal de Transportes emitiu nota lamentando o ocorrido e afirmou que “reforçará o diálogo com órgãos de segurança para mitigar riscos”. Já a Polícia Civil informou que analisa imagens de câmeras de monitoramento para identificar os responsáveis. Enquanto isso, moradores cobram maior presença de efetivos nas estações. “É um trajeto que faço todo dia, mas nunca me senti seguro”, desabafou um passageiro em redes sociais.
O que dizem os especialistas?
Para Juliana Santos, pesquisadora em mobilidade urbana, “a insegurança em corredores de BRT é um reflexo da falta de políticas integradas entre segurança pública e planejamento urbano”. Ela destaca que, desde 2016, projetos para blindagem de veículos e instalação de detectores de metais nas estações seguem parados por falta de verba.
O Hospital Lourenço Jorge informou que os feridos já receberam alta. Enquanto as investigações avançam, o caso traz à tona um dilema antigo: como garantir o direito à mobilidade em meio à escalada de violência armada? Para milhares de cariocas, a resposta ainda parece distante.
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