Em meio a pressões internacionais, presidente russo declara suspensão de operações militares, mas acusa Kiev de “provocações”. Saiba detalhes e repercussões.
O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou neste sábado (19 de abril de 2025) um cessar-fogo temporário de 30 horas na guerra contra a Ucrânia, batizado de “trégua de Páscoa”. A medida, que entrou em vigor às 18h no horário local (12h em Brasília), deve durar até meia-noite de segunda-feira (21), equivalendo a 18h de domingo (20) no fuso brasileiro . Putin justificou a decisão por “motivos humanitários”, mas alertou que as tropas russas permanecerão prontas para “revidar provocações” ucranianas .
Detalhes da trégua e reação imediata de Kiev
Em pronunciamento televisionado ao lado do chefe do Estado-Maior russo, Valery Gerasimov, Putin afirmou: “Ordeno que todas as ações militares sejam interrompidas. Partimos do princípio de que o lado ucraniano seguirá nosso exemplo” . No entanto, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, respondeu com ceticismo. Minutos antes do início da trégua, ele relatou a detecção de drones de ataque russos no espaço aéreo ucraniano às 17h15 (horário local): “Shaheds em nosso céu revelam a verdadeira atitude de Putin em relação à Páscoa e à vida humana” . Zelensky ainda afirmou que as operações ucranianas continuariam nas regiões de Kursk e Belgorod, áreas sob controle russo .
Troca de prisioneiros e contexto humanitário
Paralelamente ao anúncio da trégua, ocorreu uma troca de prisioneiros entre Rússia e Ucrânia: 246 militares de cada lado foram repatriados, além de 31 ucranianos feridos trocados por 15 russos que necessitavam de atendimento médico . Zelensky celebrou o retorno de 277 combatentes, chamando-o de “uma das melhores notícias possíveis” .
Pressões internacionais e negociações frágeis
O cessar-fogo ocorre em um momento de intensa pressão diplomática. O presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou abandonar as negociações de paz caso não haja avanços “muito em breve” . Fontes revelam que os EUA ponderam reconhecer o controle russo da Crimeia — anexada pela Rússia em 2014 — como parte de um acordo, uma proposta criticada pela Ucrânia e por aliados europeus .
Putin, por sua vez, condiciona um acordo definitivo à retirada de sanções ocidentais sobre exportações agrícolas russas e à renúncia ucraniana à Otan . Kiev rejeita os termos, classificando-os como “rendição” .
Páscoa como símbolo de rara convergência
Em 2025, a Páscoa católica e ortodoxa — vertente majoritária nos dois países — coincidem pela primeira vez desde o Grande Cisma de 1054 . A data, porém, não foi suficiente para apaziguar as tensões. Horas antes da trégua, a Ucrânia relatou ataques russos com oito mísseis e 87 drones em regiões como Odessa e Kharkiv .
Perspectivas futuras
Enquanto a Rússia insiste que a trégua é um teste à “sinceridade” ucraniana , analistas veem o gesto como uma manobra para aliviar pressões globais. A comunidade internacional permanece dividida, com a UE criticando a anexação da Crimeia e os EUA adotando uma postura pragmática .
Para saber mais: Acompanhe atualizações em tempo real sobre o conflito e as repercussões da trégua nos links das fontes oficiais .