A primeira noite dos desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro, neste sábado (10), foi marcada por enredos que celebraram a cultura afro-brasileira, mas também por contratempos que deixaram duas das maiores escolas do carnaval em suspense. Viradouro, atual campeã, e Mangueira protagonizaram momentos de tensão na Sapucaí, entre quedas, problemas técnicos e uma corrida contra o relógio.
Viradouro: O Tombo da Musa e os Riscos da Ousadia
A escola de Niterói, que homenageou a lendária divindade iorubá Oyá, apostou em alegorias grandiosas e efeitos visuais, mas enfrentou falhas técnicas ainda no setor 1. O carro abre-alas, que representava a guerreira dona dos ventos e tempestades, teve problemas de funcionamento, atrasando a entrada da comissão de frente. O momento mais crítico, porém, foi o tombouro da musa Lore Improta, que escorregou durante uma coreografia intensa em frente à cabine de jurados. Apesar do susto, a dançarina se levantou rapidamente, arrancando aplausos do público. Nas redes sociais, o vídeo do incidente viralizou, com elogios à sua resiliência: “Caiu, levantou e ainda fez sorrir. Isso é carnaval!”, comentou um usuário.
Mangueira: Na Corda Bamba do Tempo
Já a Mangueira, que celebrou os 150 anos de Pelotas (RS) com um enredo sobre resistência negra, precisou acelerar o ritmo no final do desfile. A escola verde e rosa, conhecida por sua precisão, teve que cortar trechos da evolução das alas no setor 7 para cumprir o tempo máximo de 75 minutos. Segundo apurou o G1, a justificativa foi o atraso na entrega de um carro alegórico, que chegou à concentração com menos de 24 horas para ajustes. Apesar da correria, o samba-enredo “No Colo da História, Pelotas Berço de Resistência” foi ovacionado, com destaque para o intérprete Marquinho Art’Samba, que manteve o público cantando até o fim.
Contexto e Repercussão
A noite afro contou ainda com desfiles de Porto da Pedra, Grande Rio e Imperatriz Leopoldinense, esta última com um enredo sobre o orixá Oxum. Especialistas destacaram a força das narrativas étnicas em 2024, reflexo de um carnaval cada vez mais engajado. No entanto, os percalços de Viradouro e Mangueira acenderam o debate sobre a pressão por inovações técnicas versus a segurança na avenida.
O Que Vem Por Aí
Neste domingo (11), a segunda noite promete agitar a disputa com Salgueiro, Tijuca e Vila Isabel, que trarão enredos sobre amor, ancestralidade indígena e mitologia. Enquanto isso, torcedores aguardam ansiosos as notas dos jurados, que definirão quem avança para o Desfile das Campeãs. Uma coisa é certa: o carnaval carioca já começou com histórias para contar – e algumas lições para aprender.
Com informações de G1, O Globo e Carnavalesco.