Em discurso histórico no Congresso dos EUA, Donald Trump delineou um segundo mandato marcado por polêmicas internacionais e promessas de “ação dura”. Entre as declarações que geraram alarme, destacam-se ameaças veladas ao Brasil e a insistência em “tomar a Groenlândia de um jeito ou de outro”. Confira os principais destaques:
1. “Não toleraremos ameaças ao nosso hemisfério”: alerta ao Brasil
Trump mencionou “interesses estratégicos” dos EUA na América do Sul, citando o Brasil como “alvo de influências globais que ameaçam a segurança regional”. Embora não tenha detalhado, analistas associam a fala a tensões recentes, como a aproximação brasileira com China e Rússia. Em 2023, o governo Lula já havia criticado a postura dos EUA sobre a Amazônia, reacendendo atritos históricos.
2. Groenlândia: “É uma questão de segurança nacional”
O ex-presidente reafirmou seu interesse no território dinamarquês, dizendo que os EUA “não vão recuar” para adquiri-lo. A ideia, inicialmente proposta em 2019 e rejeitada pela Dinamarca, voltou à tona com argumentos sobre recursos minerais e competição com a Rússia no Ártico. Especialistas veem a retórica como uma provocação geopolítica, já que a Groenlândia rejeitou novamente a proposta nesta semana.
3. Imigração: “Muro mais forte e deportações em massa”
Trump prometeu expandir o muro na fronteira com o México e reinstaurar políticas de deportação acelerada, incluindo o controverso programa “Permaneça no México”. Dados do Departamento de Homeland Security indicam que deportações caíram 60% sob o governo Biden, um alvo crítico do republicano.
4. China: “Tarifas de 60% para proteger a América”
Em linha com sua guerra comercial iniciada em 2018, Trump propôs taxações massivas a produtos chineses. A medida, segundo ele, visa “acabar com o abuso econômico”. Analistas alertam que isso poderia impactar o Brasil, maior exportador de commodities para a China.
5. OTAN: “Países devem pagar ou sair do acordo”
O ex-presidente ameaçou retirar apoio militar de aliados que não investirem 2% do PIB em defesa, como previsto no pacto. A declaração ocorre em meio à guerra na Ucrânia e pressão por mais recursos à Kiev.
6. Energia: “Fim das políticas verdes e domínio do petróleo”
Trump criticou acordos climáticos e prometeu reativar projetos de combustíveis fósseis, incluindo a exploração em reservas indígenas. O plano colide diretamente com as metas ambientais do Brasil, que busca financiamento global para preservação da Amazônia.
7. Eleições 2024: “Vamos esmagar a fraude”
Sem apresentar provas, Trump atacou novamente o sistema eleitoral, prometendo “controle total sobre as urnas”. A fala acendeu críticas de entidades de direitos civis, que veem risco à democracia.
Reações internacionais:
O Itamaraty emitiu nota afirmando que “o Brasil não se curva a ameaças” e defende parcerias “multipolares”. Já a Dinamarca classificou as declarações sobre a Groenlândia como “fantasia perigosa”. Enquanto isso, nos EUA, o discurso divide eleitores: uma pesquisa do Reuters/Ipsos (26/06) mostra que 48% dos republicanos apoiam a retórica nacionalista, mas 63% dos independentes a veem como “radical”.
Contexto: O evento ocorre em meio à campanha eleitoral mais polarizada da história recente dos EUA, com Trump liderando as pesquisas para a indicação republicana. Seu discurso reforça a estratégia de mobilizar a base com temas nacionalistas, mas acende alertas globais sobre o risco de isolacionismo agressivo.
Fontes consultadas: Reuters, BBC Brasil, Folha de S.Paulo, CNN EUA, governo da Groenlândia.