O governo venezuelano anunciou a prisão de mais de 120 estrangeiros, acusados de envolvimento em “atos terroristas” e “desestabilizadores” após as eleições presidenciais de julho de 2024. O ministro do Interior, Diosdado Cabello, afirmou que os detidos, provenientes de países como Estados Unidos, Colômbia, Espanha, Itália e Argentina, estariam ligados a planos financiados por organizações associadas ao tráfico de drogas e ao narcoparamilitarismo colombiano.
Entre os presos está o militar argentino Nahuel Agustín Gallo, detido em dezembro e acusado de colaborar com grupos de “extrema-direita” para desestabilizar o país.
As prisões ocorrem em meio a um clima de tensão política na Venezuela, com a proximidade da posse presidencial de Nicolás Maduro, marcada para 10 de janeiro. O opositor Edmundo González, que alega ter vencido as eleições e não reconhece a legitimidade de Maduro, anunciou planos de retornar ao país para assumir a presidência na mesma data. O governo venezuelano já declarou que González será detido caso retorne ao país, e reforçou a segurança com mais de 1.200 integrantes das forças armadas para conter possíveis ações da oposição.
Organizações internacionais de direitos humanos expressaram preocupação com o aumento das detenções políticas na Venezuela. O Conselho de Direitos Humanos da ONU exigiu recentemente a libertação imediata de centenas de presos políticos e a investigação de assassinatos durante protestas contra o resultado eleitoral, considerado fraudulento por diversos setores.
A comunidade internacional observa com apreensão a escalada de repressão e a crise de legitimidade na Venezuela, temendo que a situação possa desencadear um novo ciclo de instabilidade e violência no país.