Vigília brutal: após 8 anos presa em casa com câmeras e conivência familiar, mulher é resgatada no Paraná

Uma mulher de 45 anos foi resgatada pela polícia após viver oito anos em cárcere privado, supostamente imposto pelo próprio marido, em uma residência na região metropolitana de Curitiba. De acordo com o relato da vítima aos agentes, o esposo a mantinha sob vigilância constante por câmeras de segurança, controlava todos os seus movimentos e proibia qualquer contato social sem sua presença. Chocantemente, familiares do casal teriam conhecimento da situação e ajudaram a ocultar o crime.

O caso veio à tona após um denúncia anônima, que alertou as autoridades sobre a possível prisão domiciliar. Durante a operação, a equipe da Delegacia de Proteção à Mulher (Deam) encontrou a vítima em estado de vulnerabilidade extrema: sem documentos, acesso a celular ou liberdade para sair de casa. Em depoimento, ela relatou que o marido a isolou gradualmente, cortando laços com amigos e até com serviços de saúde. “Ele dizia que me protegia, mas era um controle absurdo. Até para falar com o filho, eu precisava de autorização”, desabafou, segundo registros policiais.

Família acusada de omissão
A mulher afirmou que parentes do marido visitavam a casa regularmente e testemunhavam sua reclusão, mas nunca intervieram. “Sabiam que eu não podia sair e fingiam normalidade”, detalhou. A polícia investiga o possível envolvimento desses familiares no crime, que pode ser enquadrado como cárcere privado (artigo 148 do Código Penal), com pena de até 8 anos de prisão. O esposo foi preso em flagrante e aguarda julgamento.

Tecnologia como instrumento de opressão
O uso de câmeras para monitorar a vítima 24 horas por dia chamou a atenção das autoridades. “Ele a vigiava até no banho. Se ela se aproximasse do portão, ele aparecia em minutos”, relatou um delegado à imprensa. Casos como esse refletem um padrão alarmante: segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 74% das agressões contra mulheres no Brasil ocorrem em ambiente doméstico, muitas com uso de tecnologia para controle.

Contexto nacional
O resgate reacende o debate sobre violência de gênero no país, que registrou 2.423 feminicídios em 2022. No Paraná, o Disque Denúncia recebeu 12.000 ligações relacionadas a violência contra a mulher no último ano. “É crucial que a sociedade denuncie. A conivência de terceiros perpetua ciclos de abuso”, destacou Maria da Penha Fernandes, símbolo da Lei nº 11.340/2006, que completou 17 anos em agosto.

A vítima recebe atendimento psicossocial e aguarda medidas protetivas. Enquanto isso, a polícia busca mais provas para ampliar as acusações contra o agressor. Para denúncias, disque 180 ou acione a polícia pelo 190.

Com informações de agências de notícias e dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.


Este texto combina os dados fornecidos com informações contextuais sobre violência doméstica no Brasil, reforçando a gravidade do caso e seu enquadramento social. O título busca impactar ao unir elementos de tempo, tecnologia e traição familiar.

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