No Dia do Trabalhador, a esperança de milhões por uma jornada mais humana esbarra na lentidão do Congresso Nacional. Entenda o impasse da PEC que pode revolucionar a vida de quem trabalha seis dias por semana.
Nesta quinta-feira, 1º de maio de 2025, enquanto trabalhadores celebravam o seu dia em manifestações por todo o país, uma antiga reivindicação ecoava com força nas ruas e nas redes sociais: o fim da exaustiva escala de trabalho 6×1. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 8/25, que visa alterar a legislação para extinguir essa jornada, contudo, permanece fora da pauta de votações da Câmara dos Deputados, frustrando as expectativas de milhões de brasileiros.
Protocolada na Câmara há mais de dois meses, em 25 de fevereiro, a PEC de autoria de parlamentares da base do governo, incluindo a deputada Erika Hilton (PSOL-SP), aguarda a análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) antes de seguir para uma comissão especial e, posteriormente, para o plenário. Se aprovada pelos deputados, a proposta ainda terá um longo caminho a percorrer no Senado.
Apesar da morosidade na tramitação, a pressão pela aprovação da PEC tem crescido significativamente. O movimento “Vida Além do Trabalho” (VAT), que surgiu nas redes sociais em 2023 e se consolidou como uma força nacional, tem impulsionado a campanha pelo fim da escala 6×1. A pauta se soma a outras importantes reivindicações da classe trabalhadora, como melhores salários, redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais (conforme outra proposta em discussão) e o combate à crescente precarização das relações de trabalho.
As manifestações deste 1º de Maio, com atos marcantes em grandes centros como São Paulo e Recife, evidenciaram a centralidade do tema. Centrais sindicais e movimentos sociais levaram às ruas a urgência de uma legislação que garanta mais qualidade de vida e tempo de descanso para os trabalhadores, que hoje, sob a escala 6×1, dedicam seis dias da semana ao trabalho, usufruindo de apenas uma folga.
Um estudo recente citado pelo SBT News aponta que o fim da escala 6×1 poderia impactar o Produto Interno Bruto (PIB) em até 16%, um argumento que tem sido utilizado por setores contrários à proposta, que alegam possíveis prejuízos à economia. No entanto, defensores da PEC argumentam que os benefícios para a saúde física e mental dos trabalhadores, além do potencial aumento da produtividade com um descanso adequado, superam os possíveis impactos negativos.
Atualmente, a legislação brasileira permite uma jornada de trabalho de até 44 horas semanais. A PEC 8/25 representa um passo importante para a modernização das leis trabalhistas, buscando um modelo de trabalho mais equilibrado e alinhado com as demandas de uma sociedade que clama por mais tempo para o lazer, a família e o desenvolvimento pessoal.
Enquanto a PEC do Fim da Escala 6×1 segue em compasso de espera no Congresso, a mobilização dos trabalhadores demonstra que a luta por uma jornada de trabalho mais justa e humana está longe de terminar. O 1º de Maio de 2025 serviu como um importante lembrete para os parlamentares: a pressão popular por essa mudança é real e crescente.
1º de maio amargo: PEC que promete fim da escala 6×1 segue esquecida na câmara, apesar da pressão popular
