A relação entre as duas maiores economias do mundo, Estados Unidos e China, vive um momento de tensão que pode redefinir a ordem econômica global. O CEO da Eurasia Group, Ian Bremmer, destacou em uma conferência recente que estamos nos aproximando de um “desacoplamento econômico” significativo, especialmente entre Washington e Pequim, num cenário que ele descreveu como “uma mudança dramática” no relacionamento bilateral.
Bremmer apontou que essa tendência deve se intensificar, especialmente se Donald Trump, ex-presidente norte-americano, retornar ao poder. “Sob a liderança de Trump, vimos um endurecimento da postura contra a China, com tarifas comerciais, restrições tecnológicas e retórica inflamada. Tudo indica que, se ele voltar, esses movimentos serão ampliados,” analisou o especialista.
O CEO destacou que o desacoplamento vai além das trocas comerciais e já atinge setores estratégicos, como tecnologia e cadeias de suprimentos. As tensões, segundo ele, refletem o início de uma guerra comercial com implicações globais. “A questão vai muito além de EUA e China. Países ao redor do mundo terão que escolher lados, com impactos diretos em suas economias,” alertou Bremmer.
Especialistas concordam que o mundo caminha para um cenário em que os blocos econômicos estarão mais polarizados, afetando mercados emergentes e forçando empresas a repensarem suas estratégias globais.
No entanto, Bremmer também ponderou que ainda há espaço para cooperação, especialmente em áreas como mudança climática e saúde pública. “O desafio será equilibrar os interesses nacionais com os interesses globais em meio a uma ordem que se fragmenta cada vez mais,” concluiu.
O desenrolar dessas dinâmicas será crucial para entender como os países se posicionarão em um cenário de instabilidade crescente.