Nos últimos meses, o estado do Paraná tem sido palco de intensos embates entre o governo de Ratinho Júnior e os profissionais da educação. As tensões atingiram seu ápice em junho de 2024, quando professores, servidores e estudantes invadiram o plenário da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) em protesto contra o projeto “Parceiro da Escola”, que propõe a terceirização da gestão administrativa de 200 colégios públicos.
A reação das forças de segurança foi imediata e contundente. Relatos indicam o uso de bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, resultando em um cenário de confronto e indignação.
Em resposta às mobilizações, o governo estadual adotou medidas consideradas repressivas por entidades sindicais. A Procuradoria-Geral do Estado do Paraná chegou a solicitar a prisão de Walkiria Olegário Mazeto, presidente da APP-Sindicato, sob a alegação de descumprimento de ordem judicial relacionada à greve dos professores.
A postura do governo paranaense gerou repercussão internacional. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outras centrais sindicais protocolaram uma denúncia formal na Organização Internacional do Trabalho (OIT), acusando a administração de Ratinho Júnior de práticas antissindicais, ataques ao direito de greve e ameaças à liberdade sindical.
Diante desse cenário, a sociedade paranaense se vê diante de um dilema: como permitir que ações governamentais resultem em confrontos e medidas que afetam diretamente os profissionais responsáveis pela educação de seus filhos? A reflexão sobre o papel da sociedade na fiscalização e cobrança de atitudes mais conciliadoras e respeitosas para com os educadores torna-se imprescindível.
A situação no Paraná serve como um alerta para a importância do diálogo e do respeito mútuo entre governo e profissionais da educação, visando sempre o melhor para a sociedade como um todo.