O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que, caso volte à Casa Branca, criará um escritório dedicado a combater o que chamou de “preconceito anticristão”. A proposta, no entanto, gerou debates acalorados, especialmente por não especificar como tal discriminação ocorre na sociedade americana.
Durante um comício, Trump afirmou que sua administração tomaria medidas para proteger os cristãos da suposta perseguição religiosa no país. “Nosso governo estará ao lado daqueles que têm fé. Vamos garantir que os cristãos nunca mais sejam alvo de preconceito”, declarou o ex-presidente.
A proposta levanta questões constitucionais sobre a separação entre Igreja e Estado, um princípio fundamental nos EUA. Especialistas apontam que a iniciativa pode conflitar com a Primeira Emenda, que garante liberdade religiosa sem interferência do governo.
Grupos de defesa dos direitos civis reagiram com ceticismo. “Não há evidências concretas de que cristãos estejam sofrendo perseguição sistemática nos Estados Unidos. Esse tipo de retórica pode ser usada para justificar políticas discriminatórias contra outras religiões”, afirmou um representante da União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU).
Aliados de Trump, por outro lado, aplaudiram a iniciativa, alegando que a cultura americana tem se afastado de seus valores cristãos. “Precisamos restaurar a fé na esfera pública”, disse um apoiador.
A proposta do ex-presidente se soma a outras pautas conservadoras que vêm mobilizando sua base eleitoral, especialmente em um cenário de possível candidatura em 2024. Ainda assim, a falta de detalhes sobre o funcionamento do suposto escritório e quais medidas seriam adotadas gera incertezas e controvérsias.
A discussão promete seguir acirrada nos próximos meses, colocando novamente em evidência os debates sobre religião, política e os limites da atuação governamental na fé dos cidadãos.