A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (13) a Operação EmendaFest, visando apurar o desvio de aproximadamente R$ 1 milhão provenientes de emendas parlamentares destinadas ao Hospital Ana Nery, em Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul. A investigação aponta que parte desses recursos teria sido desviada para funcionários da instituição, lobistas e Lino Rogério da Silva Furtado, chefe de gabinete do deputado federal Afonso Motta (PDT-RS).
Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e dois de busca pessoal em Brasília e em cinco cidades gaúchas. Além disso, a Justiça determinou o afastamento de dois investigados de suas funções públicas e o bloqueio de valores em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas envolvidas. As ordens judiciais foram expedidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino.
A operação teve início após a análise de conversas extraídas do celular de um lobista, nas quais um interlocutor sugeria o envio de emendas pelo deputado Afonso Motta ao hospital, mediante o pagamento de uma comissão de 6% sobre o valor captado. Embora o deputado não seja alvo direto da operação, seu chefe de gabinete, Lino Furtado, foi alvo de buscas e afastado do cargo por decisão judicial. Até o momento, foram apreendidos mais de R$ 350 mil em espécie, sendo que R$ 10 mil estavam com o assessor do parlamentar.
Os investigados podem responder por crimes como desvio de recursos públicos, corrupção ativa e passiva. A Polícia Federal continua as investigações para identificar outros possíveis envolvidos no esquema e determinar a extensão dos desvios.
Em nota, o deputado Afonso Motta afirmou que “nem ele nem o gabinete foram alvos da operação da PF” e que está buscando acesso aos autos para entender o que está sendo investigado.