Ratinho Jr. quer comprar blindado com canhão de água por R$ 4 milhões para reprimir manifestantes no Paraná

Enquanto professores, estudantes e servidores públicos lutam por seus direitos, o Governo do Paraná, liderado por Carlos Massa Ratinho Júnior (PSD), anuncia a compra de um Veículo Lançador de Água (VLA) por até R$ 4,3 milhões. O equipamento, destinado ao Batalhão de Polícia de Choque da Polícia Militar (PM-PR), será utilizado para “controlar manifestações violentas e distúrbios civis”. Mas a pergunta que fica é: quem são esses manifestantes violentos?

O que diz o governo

Segundo o edital publicado pelo governo, o VLA é “imprescindível” diante do “cenário atual de manifestações violentas e distúrbios civis”. O veículo, que já é utilizado desde 2015, teria como objetivo modernizar os recursos da PM-PR, proporcionando uma abordagem “não letal” para dispersar multidões com maior segurança e eficiência. O equipamento contará com dois canhões de água com alcance de até 60 metros, tanque para 6 mil litros de água e capacidade de transportar três policiais equipados.

A realidade dos protestos

No entanto, dados da Polícia Civil do Paraná mostram que, em 2023, nenhum protesto no estado resultou em danos graves. O líder da oposição na Assembleia Legislativa, deputado Arilson Chiorato (PT), questiona: “Que manifestações violentas? As dos professores? Das praças da PM? Dos que defendem a Copel pública?”.

Chiorato denuncia uma “lógica militarizada” do governo, que, segundo ele, prioriza a repressão em vez do diálogo. Ele lembra que, enquanto golpistas que invadiram Brasília em 8 de janeiro não foram contidos com tanques, o governo quer usar o VLA contra trabalhadores. “É a mesma lógica que silenciou vozes na ditadura”, afirmou.

Histórico de uso do VLA

O único caso conhecido de uso do VLA no Paraná ocorreu em 2015, durante uma manifestação de professores contra a retirada de recursos do fundo de previdência estadual. Na ocasião, mais de 200 educadores ficaram feridos após a ação policial.

Críticas à compra

Especialistas apontam que o VLA tem um forte poder simbólico e repressivo, mas sua aquisição levanta questionamentos sobre a real necessidade do equipamento. Flávio Bortolozzi Júnior, professor de criminologia, explica que o veículo se popularizou no Brasil durante a Copa do Mundo de 2014 como uma ferramenta para lidar com grandes aglomerações. No entanto, ele ressalta que o uso excessivo de equipamentos como o VLA pode levar a uma escalada desnecessária da violência.

Prioridades invertidas

Enquanto o governo investe milhões em um veículo blindado, questões urgentes como o reajuste salarial dos professores e a melhoria da educação pública parecem ficar em segundo plano. Chiorato critica a “urgência seletiva” do governo, que aprova projetos de interesse do Executivo em 48 horas, enquanto pautas importantes para a população ficam anos engavetadas.

Conclusão

A compra do VLA pelo governo do Paraná não só expõe uma postura autoritária, mas também revela uma inversão de prioridades. Enquanto servidores públicos lutam por direitos básicos, o governo opta por investir em equipamentos de repressão. A pergunta que fica é: quem realmente precisa ser contido? Os manifestantes ou o próprio governo?

#RatinhoAutoritário #ParanáEmCrise #VergonhaNacional

Abrir bate-papo
Como podemos ajudá-lo?
Verified by MonsterInsights