A cidade de São Paulo foi palco de mais uma tragédia que chocou moradores e ciclistas. Vitor Medrado, de 46 anos, foi assassinado durante um assalto na manhã de quinta-feira, 13 de fevereiro, em frente ao Parque do Povo, no Itaim Bibi, região nobre da capital paulista. A esposa do ciclista, Jaquelini Pereira do Santos, emocionada, desabafou sobre a perda do “grande amor” de sua vida e expressou sua confiança na Justiça Divina para que os criminosos sejam punidos .
Vitor, conhecido como um orientador físico dedicado e querido por seus alunos, pedalava nas imediações do parque quando foi surpreendido por dois homens em uma moto. Um dos criminosos desceu do veículo, pegou o celular da vítima e atirou em Medrado sem qualquer chance de defesa. Ele foi atingido no pescoço e, apesar de ter sido socorrido, não resistiu aos ferimentos e morreu no Hospital das Clínicas .
Jaquelini, enfermeira de profissão, destacou o cuidado que o marido tinha com ela e com todos ao seu redor. “A sensação é que estou sem o meu amor. Estou sem a pessoa que cuida de mim. Que tem todo um cuidado e que me ama. E que eu amo… Todo mundo fica meio órfão, meio carente”, lamentou. Ela também expressou sua fé na Justiça Divina, afirmando: “Acredito que a providência divina cuida das pessoas. E que Deus vai cuidar de quem causou isso, nos causou esse mal. Porque ninguém merece passar por isso” .
A insegurança na região, que já era uma preocupação constante para Vitor, foi um dos motivos pelos quais Jaquelini costumava acompanhá-lo em suas pedaladas matinais. “Todos nós estamos preocupados. Ele era muito cuidadoso comigo e eu procurava ir todos os dias às 6h como ele, porque os outros horários não estão tranquilos para nenhuma outra pessoa ou ser vivo andar naquela região sozinho”, relatou .
Homenagens e protestos
Na manhã de sexta-feira, 14 de fevereiro, amigos, familiares e ativistas do ciclismo se reuniram no local do crime para uma homenagem silenciosa a Vitor. Eles levaram flores brancas e pediram por mais segurança nas ciclovias da cidade. O ato contou com a presença de ciclistas que compartilharam histórias sobre a dedicação e o carinho de Vitor, descrito como uma pessoa “doce, meiga e sempre preocupada com os outros” .
Gisele Gasparoto, ex-esposa de Vitor e também ciclista, destacou a necessidade de medidas concretas para evitar que tragédias como essa se repitam. “O Vitor não é a primeira vítima e não será a última. Eu já fui assaltada, muitos colegas já tiveram seus pertences levados, seja bicicleta seja celular, e as coisas não mudam”, desabafou .
Investigação e reforço na segurança
A Polícia Militar reforçou o patrulhamento na região do Parque do Povo e acredita que os criminosos envolvidos no assassinato de Vitor também possam estar ligados a outro crime ocorrido horas depois, no bairro do Brooklin. As investigações indicam que os suspeitos usavam uma moto com a mesma placa nos dois casos, o que aumenta as esperanças de identificação e prisão dos responsáveis .
Enquanto a polícia trabalha para solucionar o caso, a morte de Vitor Medrado deixa um legado de luta por mais segurança e conscientização sobre a violência urbana. Sua história, marcada pelo amor ao esporte e pela dedicação aos outros, permanecerá viva na memória de todos que o conheceram.